CERIMÔNIA

CNBB lança, nesta quarta-feira de Cinzas, Campanha da Fraternidade 2025

Tema deste ano será a Ecologia Integral. Dom Walmor de Azevedo é quem vai celebrar a missa

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Nesta quarta-feira de Cinzas (5/3), primeiro dia da Quaresma, a Conferência Nacional dos (CNBB) lança a Campanha da Fraternidade 2025 (CF 2025), que traz o tema "Fraternidade e Ecologia Integral" e o lema bíblico, extraído de Genesis 1, 31: “Deus viu que tudo era muito bom”. Na Arquidiocese de Belo Horizonte, o lançamento será na Catedral Cristo Rei, na Região Norte da capital, durante missa de imposição das cinzas celebrada, às 19h, pelo arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo. Ao final da cerimônia, ele vai abençoar 150 mudas de quaresmeira, árvore símbolo de BH, para plantio nas paróquias.

Com a hospitalização do papa Francisco, dom Walmor pede para que todos se unam em oração pela recuperação do sumo pontífice. “Somos convocados a dar novos passos à luz de seu ministério, para promover ações no horizonte da ecologia integral. A CF 2025 – “Fraternidade e Ecologia Integral” – nos oferece uma oportunidade singular nesse sentido: especialmente na vivência da Quaresma, quando somos chamados à conversão, a partir do jejum, da oração e da caridade, a Igreja Católica no Brasil convida cada fiel e todos os cidadãos a reverem hábitos, adotando atitudes que inspirem o equilíbrio ambiental. A vida no planeta depende de uma harmonia que está gravemente ameaçada pela ação humana predatória. Cuidar do planeta é também um gesto de caridade, uma atitude cristã.”

A escolha do tema Ecologia, em 2025, tem várias motivações. São lembrados os 800 anos da composição do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, uma década de publicação da Carta Encíclica Laudato Si (Louvado sejas - Sobre o cuidado da nossa casa comum), do papa Francisco, a recente publicação da Exortação Apostólica Laudate Deum, os 10 anos de criação da Rede Eclesial PanAmazônica e também, em novembro, será a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança de Clima (COP 30), em Belém (PA), a primeira na Amazônia. Por sugestão da Comissão Episcopal Especial para a Mineração e a Ecologia Integral, foram acolhidos o tema e o lema da CF 2025.

Mata do Planalto 

Para ambientalistas e muitos moradores de BH, o tema Ecologia se torna mais do que oportuno. “A natureza é nossa casa comum, como disse o papa Francisco, e precisamos preservar os recursos naturais do planeta. É vida, uma criação de Deus”, diz Magali Ferraz Trindade, presidente da Associação Comunitária do Planalto e Adjacências do Movimento Salve a Mata do Planalto, área verde incrustada na Região Norte de BH. “Estamos na luta, há quase 20 anos, contra um empreendimento imobiliário que quer se instalar aqui. O caso está na Justiça, e, enquanto não houver uma decisão favorável, não ficaremos tranquilos”, avisa.

Magali ressalta a importância de preservação da Mata do Planalto, com cerca de 200 mil metros quadrados, que se emenda com um parque e abriga nascentes, flora e fauna. “Nesse calorão que atinge Minas, temos, aqui, cinco graus a menos do que a média em Belo Horizonte. A Mata do Planalto abriga os últimos vestígios de Mata Atlântica da cidade, incluindo ipês, jacarandás e quaresmeiras, juntamente com 68 espécies de aves e 40 nascentes.

Com as mudanças climáticas no mundo, Magali chama a atenção para o patrimônio natural sob ameaça. “Em novembro, tivemos a ruptura da barragem da Lagoa do Nado, aqui perto. Com as chuvas, as vias públicas alagam, então, não podemos destruir áreas que só trazem benefício, equilíbrio”, alerta a presidente da associação e líder do movimento que planeja, para junho, na Semana do Meio Ambiente um evento cultural para conclamar a população em defesa da mata. “Queremos continuar com o canto da saracura, às 5h, vendo a tarde chegar novamente com seu canto, às 17h”, orgulha-se da ave “vizinha”.  

Conforme a Arquidiocese de BH, os bispos do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB, a cada ano, acolhem as sugestões vindas dos regionais, dos organismos do Povo de Deus, das ordens e congregações religiosas e dos fiéis leigos e leigas, para definição do tema e lema da CF. “O objetivo é chamar a atenção para uma situação que, na sociedade, necessita de conversão, em vista do bem de todos”, diz a nota da Arquidiocese.

Em 61 anos de existência da CNBB, consiste na ecologia  a questão mais tratada nas CFs, com um total de oito: “Por um mundo mais humano: Preserve o que é de todos” (1979), “Fraternidade e a Terra: Terra de Deus, terra de irmãos” (1986), “Fraternidade e povos indígenas: Por uma terra sem males” (2002), “Fraternidade e água: Água, fonte de vida” (2004), “Fraternidade e Amazônia: vida e missão neste chão” (2007), “Fraternidade e a vida no planeta: “A Criação geme em dores de parto” (Rm 8,22) (2011), “Casa comum, nossa responsabilidade: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,17) (2016) e “Fraternidade: Biomas Brasileiros e defesa da vida: “Cultivar e guardar a Criação” (Gn 2,15) (2017).

MISSA NO DF

Em Brasília (DF), a CNBB abrirá as atividades, hoje, com missa às 9h presidida pelo secretário-geral, dom Ricardo Hoepers. A cerimônia de lançamento da CF 2025 terá início na sequência, às 10h, no auditório Dom Helder Câmara, na sede da entidade. 

Durante a cerimônia conduzida por dom Ricardo Hoepers e pelo coordenador de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul Hansen, serão apresentados a mensagem do papa Francisco para a CF 2025 e um vídeo com um balanço dos projetos apoiados, neste ano, pelo Fundo Nacional de Solidariedade, composto com recursos da Coleta Nacional da Solidariedade. 

O objetivo geral da CF, de acordo com a CNBB, está em “promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra”. Celebrada nacionalmente desde 1964, a campanha é um modo de a Igreja Católica no Brasil celebrar o tempo da Quaresma – os 40 dias em preparação para a Páscoa com atitudes de oração, jejum e caridade. O ponto alto da campanha será a Coleta da Solidariedade, realizada em todas as comunidades do Brasil no Domingo de Ramos. Os recursos são destinados a projetos sociais em todo o país. 

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