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MG confirma mais duas mortes por dengue em 2025; 42 são investigadas

O levantamento diário também apontou que as contaminações pela doença cresceram 6,29% em seis dias, saltando de 19.068 na última sexta-feira (28/2) para 20.268

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Minas Gerais confirmou mais duas mortes por dengue. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), por meio do Painel de Monitoramento das Arboviroses, no início da tarde desta quinta-feira (6/3). Até então, os seis primeiros óbitos estavam concentrados na Região do Triângulo Mineiro - um em Iturama, dois em Uberlândia, um em Itapagipe, um em Uberaba, e um em União de Minas. O sétimo registro, no entanto, aconteceu em Areado, no Sul do estado

A reportagem procurou o Governo de Minas Gerais para saber em quais municípios foram confirmadas as últimas vítimas da infecção, mas até a publicação desta matéria não houve resposta. 

Além dos óbitos por dengue confirmados, até o início desta tarde a SES-MG investigava outras 42 infecções fatais. O levantamento diário também apontou que as contaminações pela doença cresceram 6,29% em seis dias, saltando de 19.068 na última sexta-feira (28/2) para 20.268 nesta quinta-feira. 

De acordo com o Governo de Minas, a primeira paciente tinha 87 anos, e morava em Iturama. Os sintomas começaram em 3 de janeiro e o óbito foi registrado cinco dias depois, em 8 de janeiro. Ela tinha comorbidade. Já o segundo registro se trata de outra mulher, de 82 anos, moradora de Uberlândia. Os sintomas começaram em 5 de janeiro e o óbito foi registrado dia 13 do mesmo mês. 

O terceiro caso foi confirmado em Itapagipe. A paciente era uma mulher de 43 anos, que tinha doença renal. Já a quarta infecção fatal aconteceu em Uberaba. A paciente, de 51 anos, não tinha nenhuma comorbidade. O quinto caso ocorreu em Uberlândia, em paciente do sexo masculino, de 72 anos, com hipertensão e doença renal.

Já a sexta morte foi registrada em União de Minas, também no Triângulo Mineiro. De acordo com o Governo de Minas Gerais, o paciente era um homem, de 85 anos, com histórico de câncer de próstata e sequelas de AVC. O sétimo óbito foi o primeiro registrado no Sul do estado. A vítima é uma mulher de 70 anos, de Areado, que sofria de cardiopatia e doença reumática. 

Chikungunya

Considerada menos mortal do que a dengue, a chikungunya vem apresentando um aumento de casos confirmados em Minas Gerais. Em 6 de fevereiro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-mG) divulgou a primeira morte pela doença em 2025. A paciente era uma mulher de 85 anos, moradora de Arceburgo, na Região Sul do estado. Ela tinha diabetes e hipertensão e morreu em 20 de janeiro. Outra possível morte pela arbovirose está sendo investigada pelo Governo de Minas. 

De acordo com o painel de monitoramento das arboviroses, da SES-MG, até esta tarde, 3.400 contaminações da doença foram confirmadas. Além disso, outros 1.274 casos estavam em investigação. 

Diferente da dengue, cuja gravidade pode ser acentuada pela desidratação, a chikungunya não possui fatores de agravamento intrínsecos à doença. No entanto, o risco é potencializado quando há comorbidades dos pacientes, como diabetes e hipotireoidismo.  Além disso, a doença pode deixar sequelas graves nos pacientes, como dores articulares crônicas, que podem incapacitar total ou parcialmente por meses ou anos. 

O tratamento precoce, incluindo fisioterapia, é fundamental para aliviar os sintomas e minimizar as complicações a longo prazo. Os sintomas evoluem por fases, iniciando na fase aguda, com dores intensas nas articulações, passando pela subaguda e podendo chegar à fase crônica, quando as dores permanecem após meses da infecção. 

Dengue tipo 3

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu alerta epidemiológico sobre o risco elevado de surtos de dengue tipo 3 nas Américas. De acordo com a entidade, a circulação do sorotipo já foi registrada em diversos países do continente – incluindo Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru. "A Opas pede aos países que reforcem sua vigilância, o diagnóstico precoce e a gestão clínica para que possam enfrentar um potencial aumento de casos de dengue", destacou a organização, em nota. O comunicado cita ainda que a Argentina chegou a registrar alguns casos de dengue tipo 3 em 2024.

Mesmo com as contaminações bem menores do que o último período sazonal em Minas, os dados deixam especialistas em órgãos oficiais em alerta devido ao reaparecimento do sorotipo 3 da arbovirose (DENV 3). Conforme o boletim epidemiológico divulgado pela SES-MG, até 24 de fevereiro, das 1.358 amostras coletadas nas 12 regionais de saúde, 266 testaram positivo para a variante.

O tipo do vírus não era causador de surtos e epidemias há mais de 15 anos. O virologista, professor do departamento de microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ex-presidente da Associação Brasileira de Virologia, Flávio da Fonseca,  explica que o tipo 3 da dengue estava apenas “escondido”, ou seja, circulava mas contaminava poucas pessoas. A variante entrou no país entre 2002 e 2003 e deixou de ser vista com frequência três anos depois. Para ele, o “reaparecimento” acontece devido à renovação populacional e, em consequência, à vulnerabilidade de novas pessoas à doença. 

“A dengue apresenta uma circunstância excepcional, que acontece com poucos outros vírus, que é um fenômeno quando uma pessoa é infectada por um sorotipo e depois ela é infectada por outro sorotipo, essa segunda infecção acaba sendo mais grave. Isso é chamado de Ampliação Dependente de Anticorpos (ADE)”, diz Fonseca. 

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