BH registra quatro surtos de Mão-Pé-Boca no ano
Cidades da Grande BH, como Contagem e Raposos, também suspenderam as aulas para conter a propagação do vírus
Mais lidas
compartilhe
Siga noBelo Horizonte e outras duas cidades da Região Metropolitana registram aumento da Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB), doença infectocontagiosa que afeta principalmente crianças entre 1 e 5 anos. Em Contagem, os testes positivos levaram à suspensão das aulas, retomadas somente após o carnaval. Já em Raposos, as escolas municipais e creches estão fechadas até a próxima segunda-feira (10/3) para conter a propagação do vírus. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) afirmou, porém, que em 2024 e 2025 foram contabilizados surtos apenas na capital mineira.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, que a doença não é de notificação compulsória — procedimento obrigatório para informar as autoridades de saúde sobre a ocorrência de uma enfermidade. Por isso, não há dados sobre casos isolados, apenas surtos, que são acompanhados pelos Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).
"É considerado surto quando há dois ou mais casos associados em uma localidade ou instituição", explicou a secretaria em nota. Em 2025, até o momento, a capital mineira registrou quatro surtos, um aumento expressivo em relação ao mesmo período de 2024, quando não houve nenhum registro. No entanto, segundo a PBH, no total, o ano passado teve 20 surtos da doença.
Leia Mais
Segundo a Secretaria de Saúde de Contagem, em fevereiro deste ano, houve três investigações de surtos em escolas do município, o que levou à suspensão das aulas nos dias que antecederam o carnaval. Mais de 20 crianças da educação infantil e três monitores testaram positivo.
De acordo com a administração, as atividades já foram retomadas, mas há uma reunião marcada com os diretores da rede municipal na segunda-feira (10). "Será uma palestra sobre a doença, seus sintomas, a necessidade de afastamento das crianças e precauções quanto à higiene, limpeza e desinfecção de locais e objetos", esclareceu a secretaria.
Ainda segundo a pasta, em 2024, Contagem foi alvo de investigações de campo sobre quatro surtos de Mão-Pé-Boca em escolas infantis da rede municipal, entre outubro e novembro. Na ocasião, também foi realizada uma palestra para os representantes das escolas.
Em Raposos, as escolas municipais e creches estarão fechadas nesta quinta-feira (6/3) e sexta-feira (7/3) para higienização dos ambientes, processo que começou em 28 de fevereiro. "O intuito é garantir a segurança e ajudar a controlar a propagação do vírus Mão-Pé-Boca. As atividades serão retomadas no dia 10 de março", comunicou a prefeitura em nota. O Estado de Minas procurou a Secretaria Municipal de Saúde para obter dados sobre surtos na cidade, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Procurada pela reportagem para esclarecer detalhes sobre os registros da doença em Minas Gerais, a SES-MG informou que "não há notificação de casos isolados. Os casos são registrados conforme surtos. Nesse sentido, em 2024 e 2025, foram contabilizados surtos apenas em Belo Horizonte".
O que é a Síndrome Mão-Pé-Boca?
A doença é uma infecção viral, causada pelo vírus Coxsackie, que provoca feridas na boca e bolhas nas mãos e pés. Também pode causar estomatites (espécie de afta que afeta a mucosa da boca). É altamente contagiosa e afeta principalmente crianças, mas as demais faixas etárias também estão sujeitas a infecção. Em adultos, a síndrome pode ser assintomática.
São sinais característicos da enfermidade: febre, dor de garganta, redução de apetite, prostração, úlceras aftosas na cavidade oral e exantema máculo-papular que pode evoluir para vesículas, principalmente nas palmas das mãos e planta dos pés, mas também nas nádegas, joelhos e cotovelos. "A doença é autolimitada, ou seja, uma infecção viral de duração curta, que melhora espontaneamente, sem a necessidade de tratamento específico, em média de cinco a sete dias a partir do início dos sintomas", descreve a prefeitura de BH.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Recomendações
Ainda não há vacina para proteger contra a doença, mas pode-se reduzir o risco de infecção pelos vírus seguindo algumas dicas, como:
· Lavagem de mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de trocar fraldas, e ajudar as crianças fazerem o mesmo;
· Evitar tocar os olhos, nariz e boca sem lavar as mãos;
· Cobrir boca e nariz ao espirrar ou tossir;
· Evitar contato próximo como beijos, abraços e evitar compartilhar copos e talheres com pessoas que estão com a doença;
· Desinfetar frequentemente superfícies e objetos, como brinquedos e maçanetas, especialmente se houver doente;
· Manter crianças doentes afastadas da escola até que se recuperem;
· Acompanhar as crianças doentes e orientar a procura imediata a assistência médica em caso de persistência de febre alta, prostração ou piora do estado geral.