MG: cão resgatado da rua faz a alegria de moradores de casa de acolhimento
O cachorrinho Romeu foi resgatado e adotado pela casa de acolhimento São Camilo de Lellis, em Juiz de Fora, e transformou a realidade do local
Mais lidas
compartilhe
Siga noA casa de acolhimento São Camilo de Lellis, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, teve a realidade transformada pela presença do cachorrinho conhecido pelos moradores do local como Romeu. O animal ficou internado por 15 dias em uma clínica paga pelo Canil Municipal e foi adotado pela casa de acolhimento em setembro do ano passado, depois de ser resgatado das ruas.
De acordo com Daniela Bellini, supervisora administrativa da São Camilo de Lellis, o pet foi resgatado pela irmã dela e tinha sinais de maus-tratos e violência sexual.
Segundo a supervisora administrativa, quando o cachorro recebeu alta, o pessoal da casa de acolhimento teve que decidir se ficaria com o animal ou se ele seria levado para o Canil Municipal. “A gente ficou com pena, porque ele já tinha sofrido tanto e ficou lá no canil com um monte de outros cachorros, cheio de trauma. A gente não sabia o que ia acontecer. Aqui é um albergue para pessoas em vulnerabilidade social. A gente já tinha tido cachorros anteriormente, resgatados da rua, e a direção falou assim: 'Ah, vamos lá para dar uma alegrada no ambiente. Para ver se ele anima quem mora lá'”, ressalta Bellini.
Leia Mais
A casa São Camilo de Lellis recebe pessoas de 18 a 59 anos que não têm onde morar e precisam de ajuda para se restabelecerem. De acordo com Daniela Bellini, a intenção é receber as pessoas por um período de três meses, quando os profissionais do local as ajudam a recuperar documentos, arrumar emprego e em outras questões.
Caso o morador não tenha para onde ir, depois do período de três meses, ele pode continuar na casa.
- ‘Lua de Sangue’: eclipse lunar total lotou Esplanada do Mineirão, em BH
- Uberaba suspende aulas em escola devido a risco de desabamento do telhado
Ao menos 20 pessoas vivem no local atualmente, segundo Daniela Bellini. De acordo com ela, quando o cachorro chegou à casa de acolhimento, ele estava bastante debilitado e tinha algumas sequelas dos maus-tratos. “Trouxemos o Romeu em setembro do ano passado, no finzinho de setembro. Ele ainda tinha muita dor na hora de evacuar e chorava, e saiu um pouquinho de sangue. Ele, com medo de tudo, ficava só deitado. Eram necessários mais ou menos dois meses para ele começar a melhorar. A gente brincava e cuidava dele, que foi se soltando e agora está soltinho. Ele faz parte da rotina da casa. A gente passeia com ele, e teve uma voluntária nossa que deu um plano de saúde ao Romeu”, reforça Daniela Bellini.
Daniella Bellini detalha que o cachorro ajuda os moradores na rotina, se tornando uma fonte de amor e carinho. “Muitos comentam que, às vezes, estão sozinhos, tristes e desanimados, porque a maior parte deles tem um histórico de rompimento de laços familiares, não recebe muita visita. E o pessoal brinca com o Romeu, faz carinho nele, que é muito carente. E a gente acha que isso proporciona uma estabilidade nas relações deles com o mundo”, afirma.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Carlos Alberto, de 58 anos, mora na casa São Camilo de Lellis, há oito anos, entre idas e vindas. Ele conta que o Romeu é muito bem acolhido por todos os moradores da casa. “Às vezes, a gente está assim meio aborrecido, meio chateado, mas é só ver o Romeu, brincar com ele, acariciá-lo, que ele transmite um carinho para nós. É um cachorrinho muito doce”, conta.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata