Metrô de BH: manifestantes ocupam obras da Linha 2
Moradores dos bairros atingidos, aliados ao MTST e ao Movimento Brasil Popular, exigem reassentamento e mesa de negociação coletiva
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Siga noMoradores dos bairros Vista Alegre, Gameleira, Nova Gameleira e Betânia, organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ocupam as obras da nova linha do metrô de Belo Horizonte na manhã desta segunda-feira (17). Segundo o MTST, o protesto ocorre contra as remoções forçadas de famílias sem um processo de negociação adequado. Os manifestantes reivindicam que as famílias afetadas pelo avanço das obras tenham a possibilidade de negociar de forma justa e que só saiam de suas casas quando tiverem outra moradia garantida.
Segundo o movimento, a mobilização ocorre depois de tentativas frustradas de diálogo com a concessionária Metrô BH nos últimos dois anos. Durante esse período, moradores das ocupações e de moradias regulares na região têm enfrentado uma série de dificuldades, principalmente pela falta de transparência e pelos valores de indenização extremamente baixos, que chegam a ser R$ 10 mil em alguns casos, sem critérios justos de divisão.
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“O ato reforça a urgência de um processo mais democrático e humanizado, assegurando que o direito à moradia seja respeitado. Os movimentos seguem pressionando por um diálogo efetivo e soluções concretas para as famílias afetadas. O MTST e as famílias não são contra a ampliação do metrô, e sim contra a forma desumana que as empresas estão tratando os moradores”, diz o MTST.
De acordo com a Metrô BH, cerca de 30 manifestantes invadiram as obras da Estação Amazonas, da Linha 2 do Metrô BH. A empresa acionou a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), que informou que o advogado dos manifestantes está no local. Em nota, a Metrô BH manifestou preocupação com a segurança das pessoas, já que trata-se de um canteiro de obras.
A Concessionária informa, ainda, que para o processo de desocupação das casas construídas irregularmente na faixa de domínio, foi realizado um mapeamento da área e das benfeitorias, depois de entrevistas com os moradores. “Também iniciou-se as negociações com os titulares de benfeitorias. A Metrô BH reforça que qualquer contato pode ser feito de forma individualizada, por meio dos canais de comunicação já estabelecidos”, diz a nota.
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Reivindicações e ações
Dentre as reivindicações, os manifestantes exigem:
- Instalação imediata de uma mesa de negociação coletiva, envolvendo governos federal, estadual e municipal, a Metrô BH e a representação dos moradores
- Negociação chave por chave, garantindo que ninguém seja despejado sem alternativa de moradia digna
- Critérios justos de indenização, levando em conta o número real de famílias por imóvel
- Transparência no processo de remoção, com a participação direta dos moradores nas decisões
- Garantia de reassentamento adequado, para que nenhuma família fique desamparada