DIALÓGO

MPMG vai intermediar a desapropriação das famílias para a Linha 2 do metrô

Iniciativa foi comemorada pelos representantes das famílias que serão desapropriadas

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As negociações para a desapropriação das famílias que vivem nos trilhos da futura Linha 2 do metrô de Belo Horizonte serão intermediadas pelo governo estadual e pelo Ministério Público. A iniciativa foi selada em uma reunião realizada na tarde desta quarta-feira (19/3), com a participação da diretoria da Metrô BH e representantes das famílias afetadas. O encontro foi promovido após protestos dos moradores, que denunciam falta de transparência por parte da concessionária do metrô e o baixo valor oferecido pelas indenizações.

Estiveram presentes na reunião o presidente da Metrô BH, Cláudio Andrade, o secretário de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), Pedro Barros, a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL), o vereador Bruno Pedralva (PT), representantes da Defensoria Pública e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), além de representantes das famílias atingidas pelas obras.

Foi decidido no encontro que as negociações passarão a ser feitas por intermédio do Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica do MPMG (Compor), que contará, de um lado, com integrantes da Seinfra e da concessionária Metrô BH, e, do outro, com uma comissão formada por seis líderes comunitários que representarão as famílias.

De acordo com o secretário Pedro Barros, foi acordado que, dentro de duas semanas, seja realizada a primeira reunião do Compor. A expectativa por parte do governo estadual é de que a iniciativa tranquilize as famílias e destrave as desapropriações. “A gente quer que o metrô seja referência não só em mobilidade, mas em todas as dimensões. Dentre elas, o tratamento digno com as famílias”, defende.

Moradores foram impedidos de entrar no prédio e apenas dois representantes puderam participar da mesa de negociação

Moradores foram impedidos de entrar no prédio e apenas dois representantes puderam participar da mesa de negociação

Denys Lacerda/EM/D.A Press

A adição dos novos agentes nas negociações trouxe alívio para as famílias que aguardaram, por duas horas, o resultado da reunião na porta do prédio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Mais cedo, houve um princípio de confusão quando os moradores foram impedidos de entrar no edifício. Na sequência, a Polícia Militar foi acionada pela segurança do prédio para contê-los.

A relação entre as famílias que serão desapropriadas e a concessionária Metrô BH tem sido conflituosa desde o início das obras. Na última segunda-feira (17), moradores dos bairros Vista Alegre, Gameleira, Nova Gameleira e Betânia, organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ocuparam o canteiro de obras em protesto contra a remoção das famílias sem um processo de negociação adequado. O pedido era para que as famílias afetadas pelo avanço das obras tivessem a possibilidade de negociar de forma justa e que só saíssem de suas casas quando tivessem outra moradia garantida.

As definições da reunião desta quarta-feira foram consideradas um avanço pelos moradores, que comemoraram o anúncio das iniciativas na porta do prédio. A representante das famílias, Poliane Cristina Furtado, conta que o diálogo com o governo estadual e o Metrô BH foi produtivo, e que as autoridades se comprometeram a resolver as reivindicações mais urgentes, como a de famílias que estão na rua por terem as casas danificadas pelas obras.

“Era uma falta de respeito, uma falta de comunicação. E, após a reunião, podemos dizer que sentimos uma firmeza. Não podemos garantir que vai acontecer, mas esperamos que, daqui para frente, seja diferente”, defende Poliane.

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