LUTO

Morre aos 30 anos o chef de cozinha mineiro Marcelo Aparecido

Profissional conhecido por seus hambúrgueres na cidade do Serro, Região Central morreu nessa quarta feira (19/3)

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O chef de cozinha Marcelo Aparecido, de 30 anos, faleceu nessa quarta-feira (19/3), na cidade do Serro, na Região Central. Marcelinho, como era conhecido, estava à frente da Hamburgueria Artesanal Chapas Burguer. O profissional era portador de anemia falciforme e recentemente, passou por uma piora no quadro. 

A prefeitura do Serro postou nesta quinta-feira (20/3), uma publicação lamentando a perda. Na legenda do post, lê-se: “Marcelo levou o nome do Serro para além das fronteiras da cidade, criando delícias como o Sanduíche X-Serro e homenageando os tropeiros fundadores da cidade como o Sanduíche Tropeiro do Serro”.

 

André Mombrine Lima, dono do Terrazzo Espaço Bistrô, no Espírito Santo, era amigo e colega de profissão de Marcelo. Ele conta que Marcelinho acompanhava seu trabalho através das redes. Em 2023, os dois se conheceram pessoalmente no Festival Fartura — grande evento de gastronomia, em Nova Lima e desde então, os chefs nutriam uma relação de admiração e carinho. 

Mombrine relata que apesar de ser do Serro, uma cidade pequena e com pouco reconhecimento no “mundo gastronômico”, ele nunca se deixou abater por isso ou por questões financeiras. Almejava sempre mais para a carreira.

No festival, o serrano pediu uma oportunidade de apresentar um de seus hambúrgueres. No fim das contas, ele conseguiu vender sua “obra” para o público: “Eram filas e mais filas de pessoas querendo o hambúrguer dele. Antes mesmo de terminar o primeiro, ele já tinha vendido muitos sanduíches”, relembra André.

Assim como no post feito na rede social da prefeitura do Serro, o colega de Marcelinho destaca sua alegria, talento e “garra”: “Ele tinha “sangue nos olhos”, um brio como eu nunca vi. Era muito carinhoso, sempre me mandava áudios cheios de afeto. Tinha paixão pela cozinha. E, graças a Deus, eu falei isso com ele em vida”, desabafa.

O corpo de Marcelinho foi velado na tarde desta quinta-feira em um espaço para eventos chamado Rancho Fundo, no Bairro Milho Verde, em Serro. O sepultamento foi divulgado no story da rede social usada por ele em vida. 

Elzinha Nunes, chef de cozinha que trabalhou cerca de 30 anos com a mãe Dona Lucinha, famosa pelo restaurante de mesmo nome na Região da Savassi em BH, estava presente no velório. Ela o conheceu  também no Festival Fartura. Marcelo trabalhava no evento junto com Elzinha e era muito elogiado pelo o que fazia.

Abalada, ela diz que o profissional era humilde, esforçado, um “menino de ouro”. Ela conta que ele estava “decolando”: “O chef Jefferson Rueda, um dos melhores da América Latina e do mundo gostou muito do trabalho dele e queria convidá-lo para trabalhar em eventos gastronômicos futuros. É realmente uma pena, uma perda muito grande para o Serro”, lamenta. 

Três chefs brasileiros morrem em intervalo de 40 dias

A morte de Marcelo Aparecido soma-se a mais duas perdas. Em um intervalo de apenas 40 dias, três falecimentos de chefs de cozinha chocaram colegas de trabalho e admiradores da gastronomia. Nesta segunda-feira (17/3), o belo-horizontino Thiago Chiericatti morreu por motivos ainda não divulgados. Amigos de Chiericatti afirmam que o profissional lutava contra a depressão. Dono de muitos prêmios, ele deixa uma extensa trajetória na gastronomia.

Em 2005, passou uma temporada na Itália, para aperfeiçoar suas técnicas. De volta ao Brasil, assumiu a liderança em cozinhas renomadas, como as do Ouro Minas Palace Hotel, o restaurante Galpão e o Balthazar, no Espírito Santo. Além disso, chefiou o Topo do Mundo, restaurante que ganhou reconhecimento internacional ao figurar na lista da Casa Vogue dos 50 melhores do mundo em 2014. Em 2016, foi indicado ao Prêmio Nacional Chef Dolma como um dos três melhores chefs de Minas Gerais. Três anos depois, recebeu o título de chef embaixador do estado e ganhou projeção nacional ao participar do reality The Taste Brasil, do GNT.

Em 8 de fevereiro, chef Paulo Yoller dono das hamburguerias CJ’s Burger, na Savassi, localizada na Região Centro-Sul de Belo Horizonte e a rede Meatz, com várias unidades na capital . A informação foi divulgada nas redes sociais de amigos do chef, mas a causa do falecimento também não foi divulgado. Desde criança, ele já sabia qual profissão queria seguir. Yoller tinha 15 anos de estrada, o paulistano começou na gastronomia italiana, mas migrou para as hamburguerias. Depois de fechar a unidade Meatz em São Paulo, em agosto de 2024, o chef plaejava os próximos passos: "Obviamente, não vamos ficar parados. Vamos apenas dar uma pausa, reformular as ideias e nos preparar para poder voltar com tudo", disse Paulo em entrevista ao EM.

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*estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos

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