Suspeito de estupro morto em linchamento era agressivo e morava com criança
O homem também cometeu o mesmo crime em 2017, com uma criança que a parceira tinha guarda legal. Ele foi morto em linchamento em Contagem, na Grande BH
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Siga noO homem, de 49 anos, morto por linchamento no bairro Bandeirantes, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na noite dessa quinta-feira (20/3), era suspeito de estupro de uma menina de sete anos, cuja guarda legal era da companheira dele, avó da criança. Ele foi registrado como suspeito de outro estupro de vulnerável em 2017, contra outra menina, também de sete anos.
Na última semana, a mãe da criança procurou a Polícia Militar para denunciar os abusos. Segundo o boletim de ocorrência, a criança mora com a avó, uma vez que nasceu quando a mãe ainda era adolescente.
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A mãe da menina relatou que foi procurada pela criança na manhã da última quarta-feira (12). Segundo ela, ela estava chorosa e pedia que a mãe dormisse com ela porque ela estava com medo do homem. A criança detalhou os abusos à mãe e contou que o homem a apelidava com termos sexuais, passava as mãos pelo corpo dela e fazia os estupros enquanto a avó estava dormindo ou fora de casa trabalhando.
De acordo com a menina, o homem dizia que os estupros eram “uma brincadeira”, mas que ela não poderia contar para ninguém. Caso ela contasse, segundo o suspeito, a criança iria para uma outra família e ele seria preso.
A criança não soube especificar dias exatos em que aconteceram os abusos. Ela afirmou que uma das vezes foi com a avó presente em casa, mas não contou para ela porque o homem “brigaria com a avó”.
Conforme registros, a criança e a mãe eram frequentemente agredidas pelo homem, visto como agressivo. Uma das agressões físicas foi no dia do registro da ocorrência de estupro, quando o homem deu quatro tapas, um soco e puxou o cabelo da criança porque ela demorava a urinar.
Desespero
A mãe da criança relatou aos policiais que, quando ficou sabendo dos abusos, se desesperou e gostaria de resolver a situação “do jeito dela”, mas preferiu acionar as autoridades para resguardar a filha. A menina foi encaminhada ao Hospital Municipal de Contagem, recontou toda a história aos profissionais de saúde e recebeu atendimento médico e psicológico.
Na ocasião, a avó da criança relatou que nunca desconfiou dos abusos e nem os presenciou, além de afirmar que o homem tratava a neta com carinho. Porém, contou que instalou câmeras de segurança na casa para flagrar possíveis agressões contra a menina e contra a mãe.
O suspeito foi localizado pelos policiais e afirmou que ele teria ficado impaciente quando a menina demorava a urinar, uma vez que ele estava esperando o líquido para um exame que seria realizado. Ele negou as agressões e os abusos.
Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que, no dia, o homem foi preso em flagrante e encaminhado ao sistema prisional, ficando à disposição da justiça para as medidas legais cabíveis, enquanto a avó da criança foi ouvida e liberada.
A Polícia Militar se negou a divulgar o nome do suspeito. O mesmo pedido foi feito à Polícia Civil, que ainda não respondeu. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais só consegue esclarecer sobre a liberação do suspeito se tiver o nome dele, que não foi informado pelas forças de segurança.
Ainda segundo a PC, os resultados dos exames periciais na menina ainda não foram liberados e a investigação segue com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Contagem.
Mesma história em 2017
Enquanto os policiais registravam a acusação de estupro, foi encontrado um registro similar, de 2017. No boletim de ocorrência, registrado em Caratinga, no Vale do Rio Doce, uma jovem, na época de 15 anos, relatou que sofreu abusos por três anos seguidos pelo homem, dos seus sete aos dez anos.
O modus operandi era o mesmo. Segundo a vítima, o homem era companheiro de sua avó e ele realizava os abusos enquanto a avó não estava em casa ou estava dormindo. Na época, o homem e a avó receberam voz de prisão, mas foram liberados. A Polícia Civil investiga o caso.
Morte
O homem foi morto por linchamento na noite dessa quinta-feira. Uma equipe da polícia encontrou o corpo com exposição de massa encefálica e de vísceras. A morte foi confirmada por um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
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A perícia constatou marcas e ferimentos de pedras e madeira pelo corpo, além de marcas de pneu na barriga e pernas. Próximo ao corpo estavam pedras e um pedaço de madeira com marcas de sangue. Testemunhas informaram aos militares que o homem havia sido ameaçado na última quarta-feira (19) por um trio envolvido no tráfico de drogas. Os três suspeitos foram identificados, mas ainda não foram localizados.