CONSUMIDOR

Banco é multado em R$ 2,7 milhões por crédito consignado sem autorização

Segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), foram localizadas 4.789 reclamações contra o Banco Safra entre 2015 e 2020

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O Banco Safra foi multado em R$ 2.720.710,74 pelo Procon-MG por irregularidades na concessão de crédito consignado. O procedimento foi instaurado após uma série de queixas de consumidores de que a empresa realizou operações de empréstimo, sem consentimento. 

De acordo com órgão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a multa foi aplicada conforme a Lei do Superendividamento (Lei nº 14.181/2021), que considera ilegal qualquer pressão ou assédio exercido pelos bancos para a contratação de serviços ou produtos, especialmente quando a vítima for idosa, analfabeta ou estiver em situação de vulnerabilidade. 

A investigação teve início a partir de uma manifestação recebida pela Ouvidoria do MP, em que um consumidor relatou que o Banco Safra realizou uma operação de crédito consignado sem seu consentimento prévio. Em seguida, foram registradas outras queixas semelhantes nas plataformas Reclame Aqui e Consumidor.Gov.

 

Segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) foram localizadas 4.789 reclamações contra o mesmo banco, entre 2015 e 2020, relacionadas a empréstimos consignados. Já no Sistema de Registro de Eventos de Defesa Social do Estado de Minas Gerais (REDS) foram encontradas 458 ocorrências ligadas a irregularidades na concessão de crédito. 

Conforme relato de um consumidor, que não se identificou ao MP, uma empresa realizou um empréstimo em sua conta de aposentadoria do INSS sem solicitar autorização. "Não conheço o referido banco, não solicitei qualquer tipo de empréstimo, seja pessoalmente, por meio eletrônico ou telefone, e não assinei nenhum contrato solicitando crédito. Esse tipo de atitude é uma extrema falta de respeito e se trata de um crime”, contou.

As investigações apontaram, segundo o Procon, que, além de creditar dinheiro na conta bancária do consumidor sem a devida anuência, o Banco Safra omitia informações sobre os riscos da má utilização do serviço, induzindo-o a acreditar que o pagamento do valor mínimo da fatura bastaria para liquidar o montante depositado. 

O Safra argumentou que as contratações de empréstimos consignados foram realizadas de acordo com as normas do INSS e do Código de Defesa do Consumidor. O Ministério ofereceu ao banco a possibilidade de firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e uma Transação Administrativa (TA), mas a instituição optou por não firmar nenhum acordo. 

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O promotor de Justiça Glauber Tatagiba afirmou que a contratação de crédito na modalidade consignada, sem a autorização do consumidor, é um dos principais problemas enfrentados pela população hoje, principalmente os aposentados e pensionistas. "Esse fato vem ocorrendo sem o devido controle do Banco Central, o que acaba sobrecarregando os Procons e o Poder Judiciário", disse.

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