LOCAL DE CONTRASTES

Praça JK, na Região Centro-Sul de BH, clama por reforma

É urgente a necessidade de melhorias na área. Moradores afirmam que nunca viram ninguém fazendo reparos e reformas no local

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Belo Horizonte tem mais de 80 parques e áreas verdes, segundo dados da Prefeitura (PBH). Além de serem pontos de diversão e lazer, ajudam a combater a poluição, favorecem a biodiversidade no núcleo urbano e melhoram a temperatura e a umidade. Pelo segundo ano consecutivo, a capital mineira foi reconhecida como “Cidade Árvore do Mundo”, um título que destaca os municípios que investem no cuidado e preservação das áreas verdes.

Um dos principais e mais conhecidos parques da capital é o Juscelino Kubitschek, popularmente conhecido como Praça JK. Ele fica na Avenida dos Bandeirantes, bem na divisa entre o bairro Sion e a Vila Acaba Mundo, na Região Centro-Sul de BH.

Antes de ser batizado com o nome atual, em 1995, quando recebeu ampla reforma, o logradouro era conhecido como Parque do Acaba Mundo. Hoje, o espaço ocupa área de aproximadamente 30.500 m² e tem vegetação ornamental e arbórea.

Como opções de lazer, o local oferece quadra de areia, aparelhos de ginástica e alongamento, pista para corrida e caminhada, áreas de convivência com bancos e mesas, brinquedos e um espaço para a realização de atividades culturais. Antes e durante o carnaval, por exemplo, recebe blocos como Baianas Ozadas, Então, Brilha!, Funk You e Pacato Cidadão.

A área ampla e arborizada atrai famílias inteiras, incluindo pets, principalmente de moradores dos bairros Sion, Mangabeiras, Anchieta e da própria comunidade conhecida como Acaba Mundo. “É um espaço extremamente necessário para a região. A praça serve como opção de lazer, é ampla, tem recursos bons para animais e para a prática de exercícios”, opina o analista de suprimentos Simão Almeida, de 38 anos, que mora na vizinhança e frequenta o parque/praça todos os dias na companhia da cadelinha Meg.

Apesar de aprovar o local, ele aponta a necessidade melhorias e afirma que nunca viu ninguém fazendo reparos e reformas no local. “A gente até observa a manutenção básica, como a poda da grama. Mas reparos eu nunca vi. Tem algumas áreas na pista de cooper com as raízes expostas, que podem causar a queda de alguém, principalmente dos idosos. A parte de exercício físico também precisa de reforma.”

A reportagem do Estado de Minas visitou a praça em 21 de março e flagrou não só as raízes estufando o calçamento, como dito pelo frequentador mas, também rachaduras e poças d'água na pista de cooper como em outros pontos. Além disso, há bancos quebrados e pichados, e mato alto em algumas áreas.

O técnico em eletrônica Felipe Almeida, de 64, usa o espaço para fazer exercícios físicos e apontou que a área está abandonada pelo poder público. “Tinha uma fonte de água na entrada da praça, que não funciona mais. Para quem vem se exercitar, faz muita falta. Estamos vendo a praça abandonada. Falta manutenção”, diz.

A engenheira aposentada Beatriz Morelli, de 67 anos, frequenta a praça há dois anos, quando se mudou para o Sion. Ela e a cachorrinha Frida visitam a JK todas as manhãs e utilizam as áreas de academia e caminhada do parque.

“Acho o espaço maravilhoso, pena que seja tão mal cuidado. Sempre tem muito mato, muita sujeira, precisa de uma revitalização. Mas a praça em si é ótima e a vizinhança utiliza mesmo o espaço”, declara ela, que também pede melhorias no calçamento.

A fisioterapeuta Thaís Oliveira, de 38, leva os filhos Luca, de 3, e Lara, de oito meses, ao parquinho da praça na parte da manhã. Ela afirmou que andar com o carrinho de bebê na pista de caminhada é uma tarefa difícil. “A pista tem muitas rachaduras e raízes de árvores. É difícil trafegar”, afirma.

Com o espaço amplo e distante da rua, a fisioterapeuta fica despreocupada ao deixar os filhos brincando, mas acredita que poderia ter mais atrações para as crianças. “Acho que poderia ter mais investimento. Os brinquedos estão sempre estragados. O balanço estava sem o banco até pouco tempo atrás. A praça tem estrutura para ter mais brinquedos e falta um pouco de estrutura. Falta cuidado.”

O vigilante Patrício Augusto, de 45, mora na Vila Acaba Mundo e passou a frequentar a praça depois do nascimento da filha, Isadora, há oito meses. Ele gosta da praça por ser muito arborizada e fresca, principalmente em dias de calor, o que faz com que o espaço seja o ideal para o passeio com a herdeira.

“As árvores dão muitas sombras. No final de semana, a praça lota. O pessoal da comunidade usa muito o campo de futebol”, diz ele, que também vê o piso como um problema. “A praça tem o problema das raízes na pista de caminhada. Já vi algumas pessoas caindo. Também tem muitas poças de água. Tem um ponto que chega a dar lodo e ficar escorregadio.”

Limpeza

Além de refúgio e lazer de idosos e crianças, muitas pessoas usam a praça para passear com cachorros. O amplo espaço atrai tutores que, muitas vezes, deixam os pets brincarem soltos na praça, apesar das placas instruindo a mantê-los nas guias.

Porém, a sujeira causada pelos animais é um ponto negativo do espaço. “Eu tenho sempre um saquinho comigo e recolho as fezes do meu cão. Mas não é todo mundo que faz isso. Podia ter uma campanha pública para conscientizar as pessoas a fazer isso, porque muita criança usa o espaço também”, argumenta Beatriz.

Para Thaís, é importante tentar delimitar a parte dos brinquedos para as crianças e o espaço dos pets. “Tive que tampar as fezes de um cachorro que ficou na área do parquinho para que as crianças não pisassem.”

A pediatra Regina Coeli, de 74, acredita que poderia ter pontos com sacolas plásticas para que o tutor recolhesse as fezes. “A maioria das pessoas que passeiam com os cachorros é muito cuidadosa, mas há quem se incomode com os animais soltos”, diz.

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Reformas e promessas

Em julho de 2023, durante uma visita técnica da Comissão Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana, a PBH anunciou uma ampla revitalização na praça. Reforma do piso, cercamento dos dois playgrounds, acessibilidade, drenagem da quadra e construção de arquibancadas estão entre as intervenções previstas no projeto. As obras estavam previstas para começar em agosto de 2023 e durar um ano, porém, nem começaram.

Segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), houve dificuldades com a empresa que venceu a licitação para elaboração de um projeto de reforma e manutenção do espaço. Assim, tornou-se necessária a instauração de processo administrativo para a rescisão contratual e aplicação de sanções, que ainda está em andamento. Dessa forma, a conclusão dos projetos e início das obras dependerá de nova licitação.

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