Assalto a mulher comprova falta de segurança no Bairro Serra, em BH
Mulher foi golpeada e jogada ao chão, ao lado do filho pequeno. Ladrões roubaram celular e bolsa; veja o vídeo
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Siga noUm dos bairros mais seguros de Belo Horizonte no passado hoje é um dos mais perigosos, conforme mostrou reportagem do Estado de Minas, há uma semana. O Serra, na Região Centro-sul, lidera a lista de bairros que mais sofreram invasões e arrombamentos para furtos em 2024.
No último sábado (22/3), um crime violento foi registrado por uma câmera de vídeo de segurança de um prédio. Na imagem, uma mulher, com o filho de apenas seis anos, toca o interfone de um prédio. Ao fundo, dois homens se aproximam, atravessando a rua.
Ela tem um celular nas mãos e, quando leva o aparelho ao ouvido, é surpreendida por um deles, que chega por trás, dá nela um soco e uma gravata, jogando a mulher ao chão. O celular cai. O segundo homem pega o aparelho, enquanto o primeiro toma a bolsa da vítma. Os dois fogem.
O assalto ocorreu no início da noite, no Edifício Geórgia, esquina das ruas Ouro e Monte Sião. A mulher chegava com a criança para visitar o pai e avô. Tocou o interfone e, como não obteve resposta, resolveu ligar pelo celular, quando ocorreu o assalto.
Vizinhos do pai da vítima socorreram a mulher. A Polícia Militar foi chamada, registrando a ocorrência.
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“O problema, aqui, é que a Serra se tornou um bairro totalmente inseguro. Não existe policiamento, o que favorece a criminalidade. Os ladrões agem livremente. Existe um jornal, aqui no bairro, que fez uma matéria dizendo para que ninguém estacione seu carro nem na rua Itapetinga nem na Américo Scott, pois certamente será roubado. O motorista retorna e os vidros estão quebrados”, diz uma moradora, cuja identidade vai ser preservada.
Outra mulher, gerente de uma imobiliária, diz que já foi assaltada duas vezes. O escritório fica na esquina em frente ao prédio assaltado. “Eu venho trabalhar todos os dias e chego sempre ansiosa, receosa. Tenho de olhar para todos os lados, para saber se posso vir para o escritório. Se houver uma pessoa suspeita, não desço do carro.”
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Assim como ela, outros moradores de prédios no entorno do local do assalto também estão apavorados. “Não dá pra sair na rua mais. O que faço agora é chamar um veículo de aplicativo e saio. A pé, de jeito nenhum, pois é correr um grande risco de ser assaltado”, diz um morador do bairro há 62 anos.
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Nem a vítima nem o pai dela querem falar sobre o crime. Estão assustados. Os moradores pedem maior proteção à Polícia Militar. “Não podemos ficar como está. Ninguém tem segurança para sair de casa. Estamos presos, dentro de casa, enquanto os bandidos estão soltos na rua”, diz Adalberto, outro morador.
Respostas
Em nota, a Polícia Militar (PM) informou que iniciou as diligências para identificar os autores do crime tão logo foi acionada. Um dos autores já foi identificado. "Há de se considerar que o Bairro Serra apresenta redução de roubos superior a 20%, comparando dados de 01/01/2024 até 24/03/2024 com o mesmo período do presente ano. Ainda assim, intensificaremos o policiamento na localidade", complementou o texto enviado pela corporação.
Na reportagem da semana passada, sobre os bairros líderes em invasões e arrombamentos para furtos, a secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Minas Gerais informou que tem reduzido os índices de crimes contra o patrimônio apostando no trabalho conjunto das forças policiais para o combate aos crimes de furtos e roubos. “O trabalho coercitivo e preventivo da Polícia Militar se destaca com ações como as das Patrulhas de Prevenção a Homicídios e a Gestão de Desempenho Operacional (GDO) para mapear tendências do crime, para uma repressão qualificada.”
Já a Polícia Civil, na área investigativa, desenvolve estratégias de combate por meio do seu serviço de Inteligência e de Tecnologias, integradas com o Ministério Público e o Poder Judiciário, sustenta a secretaria. A criação da Agência Central de Inteligência reuniu dados e permite a troca de informações entre as forças de segurança, para ampliar o cerco ao crime.