VALE DO RIO DOCE

Pai e filho são alvos de ação contra o tráfico de migrantes em Minas

Investigação identificou mais de 700 migrantes brasileiros como vítimas do esquema, entre 2018 e 2024

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Pai e filho são alvos de uma operação da Polícia Federal contra uma organização criminosa especializada no contrabando de migrantes brasileiros para os Estados Unidos. O grupo atuava em municípios do leste de Minas Gerais.

Na manhã desta sexta-feira (28/3), a PF cumpre sete mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, todos autorizados pela Justiça Federal, em Ipatinga e Bugre, no Vale do Rio Doce. A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados avaliados em mais de R$ 62 milhões.

A investigação teve início a partir de informações sobre dois membros de uma mesma família, pai e filho, responsáveis pelo envio de brasileiros a países da América Central, como México, El Salvador, Panamá e Costa Rica, com a finalidade de ingressar ilegalmente nos EUA através da fronteira mexicana.

Como pagamento pelos “serviços” de tráfico de migrantes, popularmente conhecidos como “coiotes”, pai e filho cobravam entre U$ 15 mil e U$ 21 mil por pessoa. A dívida era quitada, entre outros meios, com veículos pertencentes aos migrantes, que eram entregues junto com procurações registradas em cartórios, autorizando a transferência dos bens. Isso permitia que os investigados negociassem os veículos diretamente com terceiros.

Os investigados chegaram a alugar um galpão para armazenar os veículos em virtude da quantidade recebida e, em seguida, estruturaram uma empresa para comercializar os bens, visando quitar a dívida pelos serviços ilegais prestados.

A investigação revelou como os “coiotes” se especializaram na promoção da migração ilegal, organizando viagens para grupos inteiros, muitas vezes compostos por pais e filhos menores de 18 anos. Além de adquirir passagens aéreas para os migrantes em um único localizador por grupo, os criminosos garantiam o transporte terrestre e reservas de hotéis até a travessia da fronteira com os EUA. 

Além disso, pai e filho mantinham articulações com autoridades mexicanas para evitar a captura, detenção e deportação dos migrantes enviados a esse país, contratando “coiotes” locais que acompanhavam os grupos até a fronteira dos Estados Unidos.

As vítimas, além de transferirem veículos e outras propriedades, também recorreriam a opções financeiras para pagar pelos serviços dos “coiotes", utilizando contas bancárias de familiares para realizar as transações e receber os valores.

Até o momento, mais de 700 migrantes brasileiros foram identificados como vítimas do esquema, entre 2018 e 2024. Desses, 227 eram menores de idade à época das viagens. 

“O expressivo número de pessoas enviadas ilegalmente para os EUA, aliado aos altos valores cobrados por cada migração bem-sucedida, explica o estilo de vida ostentoso dos investigados, que exibiam carros de luxo, imóveis de alto padrão e viagens internacionais, além de fotos com grandes quantias de dinheiro e refeições em restaurantes sofisticados”, divulgou a Polícia Federal.

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Eles podem responder pelo crime de contrabando de migrantes, que é cometido quando alguém promove a entrada ilegal de estrangeiros no Brasil ou de brasileiros no exterior, com o intuito de obter vantagem econômica, e pelo crime de promover ou auxiliar o envio de crianças ou adolescentes para o exterior sem seguir as formalidades legais.

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