Exames de perícia feitos no corpo da adolescente Stefany Vitória Teixeira Ferreira têm resultado negativo para presença de espermatozoides e antígeno prostático específico (PSA), proteína produzida pela próstata e presente no sêmen. No entanto, a Polícia Civil de Minas Gerais não confirma que a menina não tenha sofrido violência sexual na ocasião do crime porque “ainda existem laudos pendentes”. A corporação informou que aguarda a conclusão de todos os exames para se manifestar.
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O corpo de Stefany Vitória, de 13 anos, foi encontrado na terça-feira 11 de fevereiro, já em estado de decomposição, em um monte de orações na divisa entre as cidades de Esmeraldas e Ribeirão das Neves. O pastor João das Graças Pachola, de 54 anos, confessou ter matado a menina ao ser preso e indicou onde teria deixado o corpo. Exames periciais estão investigando se Stefany também foi vítima de violência sexual, possibilidade fortalecida pela descoberta de medicamentos para disfunção erétil, semelhantes ao viagra, dentro do carro no qual o pastor teria levado a adolescente para ser morta.
O laudo do IML aponta que foram coletadas e analisadas amostras das áreas vaginal e perianal para verificar a presença de antígeno prostático específico. Apesar do resultado do exame não ter constatado a presença do PSA, o documento explica que resultados negativos também podem ocorrer por fatores como: “variação de pH e temperatura; longo período entre a produção da amostra e a realização da análise; ausência de esperma na amostra; concentração em níveis abaixo da sensibilidade dos testes; presença de substâncias contaminantes e/ou interferentes.”
Vídeo: câmera flagra pastor seguindo adolescente no dia do desaparecimento
Além disso, o laudo afirma que o resultado negativo não exclui a possibilidade da presença de células masculinas na amostra analisada. Já a ausência de espermatozoides não é suficiente para descartar a hipótese de abuso sexual. A PCMG não informou quais são os exames referentes aos laudos que ainda não foram concluídos.
Homicídio
Stefany desapareceu dois dias antes de seu corpo ser encontrado. A delegada Ingrid Estevam, da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, afirmou que a Polícia Civil foi procurada pela mãe da vítima, por volta das 11h do domingo 9 de fevereiro, para comunicar o desaparecimento.
Durante o depoimento, os policiais receberam uma denúncia relatando que uma "mulher" havia sido vista pulando de um carro na estrada da localidade conhecida como Lagoa do Tijuco, que fica perto da casa do pastor, no Bairro Metropolitano, em Ribeirão das Neves. O motorista, posteriormente identificado como o pastor, desceu do veículo e, com violência, colocou a menina dentro do automóvel, seguindo em direção a Belo Horizonte pela BR-040. A polícia foi informada sobre a placa e o modelo do carro.
"Depois de pegar Stefany, tentar entrar com ela na área da lagoa e perceber que não passaria despercebido, ele deu ré e seguiu para outro local, onde encontramos o corpo, conhecido como monte de oração. [...] Até o momento, tudo indica que ele agiu sozinho. Não há nenhuma linha investigativa que sugira a participação de outra pessoa", declarou a delegada.
À polícia, João das Graças afirmou que matou a adolescente depois de ela dar um tapa em seu rosto. O homem negou, no entanto, que tenha abusado sexualmente da vítima. "Ele contou que ficou nervoso, enforcou a menina e levou o corpo para a desova", disse Ingrid Estevam.
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De acordo com o delegado Marcus Vinícius Rios, a descoberta de remédios para disfunção erétil no carro do pastor “é mais um elemento que nos faz entender que as intenções do investigado provavelmente em relação à Stefany eram as piores. Uma vez que é relatado nos autos que a relação conjugal dele já estava desfeita, e não haveria uma explicação para naquele dia estar portando este tipo de medicamento, então o que se entende é que alguma intenção sexual ele tinha no dia dos fatos”.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Humberto Santos