Fumaça sobe do centro de Gaza, durante confronto com Israel
       -  (crédito:  JACK GUEZ / AFP)

Fumaça sobe do centro de Gaza, durante confronto com Israel

crédito: JACK GUEZ / AFP

Reunidos no Japão para discutir a guerra entre Israel e o Hamas, os chanceleres do G7, grupo que reúne algumas das principais economias do mundo, divulgaram nesta quarta-feira (8) uma declaração conjunta pedindo uma pausa humanitária e o início de um processo de paz, mas sem mencionar um cessar-fogo, medida demandada por líderes críticos às ofensivas israelenses na Faixa de Gaza.

No encerramento do encontro de dois dias em Tóquio, os representantes do G7 reiteraram o direito de defesa a Tel Aviv, sublinhando ao mesmo tempo a necessidade de proteção aos civis e de cumprir o direito humanitário internacional. "Acredito ser importante que o G7 tenha sido capaz de transmitir a sua primeira mensagem unificada [no conflito]", disse a ministra das Relações Exteriores do Japão, Yoko Kamikawa.

 Os efeitos práticos da declaração, contudo, são incertos. Críticos apontam que o comunicado não especifica o que é o processo nem paz, nem detalha como as negociações serão estabelecidas.

 


Por ora, qualquer tentativa de diálogo ainda parece distante. Israel tem sido criticado por punir de maneira coletiva e indiscriminada os civis de Gaza. Desde o início da guerra, mais de 10,5 mil palestinos morreram no território, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas; do lado israelense, foram ao menos 1.400 óbitos.

Maior aliada de Israel, Washington vem ressaltando o direito de Tel Aviv de se defender e de reagir aos atentados de que foi alvo em 7 de outubro. A ausência de menção à autodefesa, por exemplo, foi a justificativa para o veto americano à proposta de resolução do Brasil no Conselho de Segurança da ONU.

No fim de outubro, a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução com pedido de trégua humanitária imediata. Capitaneado pela Jordânia, em conjunto com países árabes e islâmicos, o documento tem caráter apenas recomendatório. O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, chamou a resolução de "ridícula" e o pedido de trégua imediata, de "audácia".

O comunicado também reiterou o apoio do G7 à Ucrânia na sua guerra com a Rússia e condenou os testes de mísseis da Coreia do Norte e as transferências de armas para Moscou. O G7 é composto pelo Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos, além da União Europeia.