O grupo de brasileiros e familiares que estavam na Faixa de Gaza cruzou a fronteira com o Egito no início da manhã deste domingo (12/11). Após o cruzamento, o grupo embarca em um ônibus fretado pelo governo federal. Os brasileiros vão seguir viagem até um aeroporto designado pelo Egito. Duas das 34 pessoas que constavam na lista inicial desistiram da repatriação.
"O grupo de 32 brasileiros e familiares já se encontra em território egípcio, onde foi recebido por equipe da embaixada do Brasil no Cairo, responsável pela etapa final da operação de repatriação”, informou o Itamaraty. O governo montou uma operação de acolhimento para receber os brasileiros na capital federal.
Segundo o Palácio do Planalto, o grupo terá serviços de abrigo, documentação, e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Os brasileiros ficarão hospedados em Brasília por dois dias para depois seguirem para outros destinos em que têm familiares ou acolhimento.
Situação de hospitais em Gaza é cada vez mais crítica
“Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, então serão deslocados para esses locais. Uma parcela significativa, quase a metade do grupo, não tem onde ficar, mas o governo federal já disponibilizou, através do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas. Vai ser no interior de São Paulo”, explicou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Não há um prazo estabelecido para o fornecimento de ajuda aos repatriados. "Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao nosso país. Não há prazo limite fixado. Estamos prontos para recebê-los da melhor forma. Eles ficarão em um local com longa experiência de acolhimento de refugiados da forma mais completa, mais digna, sem prazo”, disse Botelho.
Enquanto aguardavam pelo resgate, os brasileiros estavam abrigados em residências alugadas pelo governo em Khan Yunis e Rafah. Eles estavam recebendo recursos para alimentação, água potável, gás de cozinha e medicamentos. O grupo também teve acesso a atendimento médico e psicológico de forma online.
Desde o início do conflito, em 7 de outubro, o Brasil fez um esforço diplomático para repatriar o grupo. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou por quatro vezes com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, para garantir a presença dos nomes dos brasileiros nas listas de saída de estrangeiros. Na sexta-feira (10/11), a fronteira de Gaza foi fechada antes do grupo deixar a região.