Os Estados Unidos declararam, nesta sexta-feira (15), que a opositora venezuelana María Corina Machado recorreu ante a Suprema Corte contra a inabilitação que a impede de se candidatar às presidenciais de 2024, no último dia do prazo dado para entrar com recurso e no âmbito de uma negociação mediada pela Noruega.
Machado, que até quinta-feira negava que recorreria ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) - acusado por amplos setores da oposição de servir ao governo do presidente Nicolás Maduro -, ainda não confirmou que entrou com o recurso judicial. A AFP tentou, sem sucesso, falar com a ex-deputada e sua equipe de trabalho.
"Parabenizamos María Corina Machado e os outros candidatos por sua coragem e disposição para apelar das suas inabilitações", publicou na rede social X, antigo Twitter, a embaixada dos Estados Unidos na Venezuela, que está sediada em Bogotá depois do rompimento de relações em 2019 por sua falta de reconhecimento da reeleição de Maduro um ano antes.
"Agora cabe aos representantes de Nicolás Maduro demonstrar seu compromisso com eleições competitivas e inclusivas", acrescentou.
Delegados de Maduro e a oposição anunciaram em 30 de novembro, no âmbito de um acordo assinado em Barbados com vistas às presidenciais, "um mecanismo" para que inabilitados que "desejam se candidatar" recorressem entre 1° e 15 de dezembro ao TSJ para pedir a revisão de seus casos.
"Se não me notificaram de nenhum procedimento, dificilmente algum prazo está correndo, verdade?", disse na quinta-feira à imprensa Machado, que venceu de forma avassaladora as primárias nas quais a oposição elegeu seu representante para enfrentar Maduro nas eleições do ano que vem.
Após o acordo de Barbados, os Estados Unidos flexibilizaram por seis meses suas sanções ao petróleo e ao gás da Venezuela, mas as condicionou à definição de um procedimento para suspender as inabilitações.
Exigem também a libertação dos presos políticos.
"Pedimos a libertação imediata dos cidadãos americanos presos injustamente e dos presos políticos venezuelanos, incluindo Roberto Abdul", integrante da organização Súmate - fundada por Machado -, indicou a embaixada.
"Continuaremos avaliando as sanções baseados em avanços significativos e tangíveis, segundo o acordo de Barbados, para restaurar a democracia."
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