O julgamento do magnata da mídia pró-democracia Jimmy Lai, acusado de crimes contra a segurança nacional, começa na segunda-feira (18) em Hong Kong. 

Lai, de 76, que já está preso há três anos, é acusado de "conluio com forças estrangeiras" no âmbito da lei de segurança nacional imposta pela China a Hong Kong em 2020, após os protestos pró-democracia de 2019. 

O caso de Jimmy Lai, que gerou indignação e críticas por parte de países da comunidade internacional, especialmente do Reino Unido, de que é cidadão, deverá permitir avaliar o nível das liberdades civis em Hong Kong. 

Lai é o primeiro a enfrentar a acusação de "conluio estrangeiro", pela qual pode ser condenado à prisão perpétua. 

A acusação mais grave contra ele está ligada ao Apple Daily, um jornal de língua chinesa que ele fundou em 1995 e que se tornou o mais popular em Hong Kong. O jornal criticou Pequim e apoiou as enormes e por vezes violentas manifestações pró-democracia de 2019. Posteriormente, pediu sanções contra a China e as autoridades locais. 

O veículo foi obrigado a fechar em junho de 2021, depois que as autoridades usaram a lei de segurança para revistá-lo duas vezes e congelar seus bens, avaliados em 18 milhões de dólares de Hong Kong (US$ 2,3 milhões ou R$ 11,3 milhões na cotação atual). 

As autoridades acusaram Lai e seis executivos do Apple Daily de "conspiração para conluio com forças estrangeiras". Todos os réus, exceto o magnata, declararam-se culpados e concordaram em ser testemunhas de acusação. 

Na segunda, o tribunal ouvirá várias acusações adicionais contra Lai, incluindo "publicação sediciosa".

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