Socorristas trabalhavam entre escombros neste sábado(30) em Kiev, onde 16 pessoas morreram em um dos ataques russos mais violentos desde o início da guerra, que deixou ao menos 39 mortos em toda a Ucrânia, segundo o presidente Volodimir Zelensky.

Escolas, uma maternidade, galerias comerciais e áreas residenciais foram alguns dos alvos dos bombardeios de sexta-feira, segundo autoridades ucranianas.

Os ataques provocaram repúdio internacional e novas promessas de apoio militar à Ucrânia, que luta contra as tropas invasoras russas desde fevereiro de 2022.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou neste sábado a morte de 16 pessoas até agora na capital. 

"No total, 159 pessoas ficaram feridas" e "39 morreram até agora", afirmou Zelensky. "Continuamos trabalhando para eliminar as consequências do ataque russo de ontem", escreveu o presidente nas redes sociais.

O Estado-Maior ucraniano estimou que a Rússia lançou 158 mísseis e drones contra a Ucrânia, dos quais 114 foram destruídos.

A Rússia reforçou as defesas aéreas ucranianas na maioria das principais cidades, lançando uma onda de drones e mísseis a partir de aviões e de territórios que controla.

Yuri Ignat, porta-voz da Força Aérea ucraniana afirmou que foi "o maior ataque com mísseis" com exceção dos ocorridos nos primeiros dias após o início da invasão russa.

O Exército ucraniano também lançou ataques contra a Rússia, onde o Ministério da Defesa garantiu que seus sistemas antiaéreos interceptaram 13 mísseis e destruíram 32 drones nas regiões fronteiriças de Briansk e Kursk, e também em Oriol e Moscou.

Neste sábado, o governador da região de Belgorod, Viacheslav Gladkov, informou que "duas crianças", morreram e várias pessoas ficaram feridas após um bombardeio ucraniano na cidade de mesmo nome, a cerca de 30 quilômetros da fronteira ucraniana.

As autoridades russas informaram anteriormente que um ataque contra um prédio residencial em Belgorod deixou um morto e quatro feridos.

Em Briansk, "uma criança nascida em 2014" também morreu após os bombardeios, indicou o governador Alexandre Bogomaz.

- "Conter este terror" -

O Exército russo afirmou ter "realizado 50 ataques em grupo e um ataque maciço" contra bases militares na Ucrânia na semana passada e que "todos os alvos foram atingidos".

O subsecretário-geral da ONU, Mohamed Khiari, condenou os "terríveis" bombardeios" como "os mais recentes de uma série de ataques cada vez mais intensos por parte da Federação da Rússia".

Ante os contínuos ataques russos, a Ucrânia instou seus aliados ocidentais a prestar "mais apoio e força para deter este terror", indicou o assessor presidencial Andriy Yermak.

O presidente americano, Joe Biden, exigiu na sexta-feira que o Congresso supere as divisões e "atue sem demora" para aprovar o envio de ajuda, depois que Washington anunciou o desembolso do mais recente pacote de ajuda sem sua aprovação.

O Reino Unido anunciou que enviará cerca de 200 mísseis antiaéreos à Ucrânia para reforçar sua capacidade de defesa.

- Unidade de maternidade afetada -

Os ataques tiveram como alvo ao menos seis regiões ucranianas, entre elas Kharkiv (nordeste), Lviv (oeste), Dnipro (leste) e Odessa (sul).

O Ministério de Saúde informou que uma maternidade  "ficou muito danificada" em Dnipro, mas que os funcionários e os pacientes se refugiaram a tempo.

No momento do ataque havia 12 mulheres internadas para partos e quatro recém-nascidos no local, segundo Serguei Lisak, governador da região.

O governador também reportou seis mortos e 28 feridos em ataques contra um centro comercial, casas particulares e edifícios administrativos.

Kharkiv foi alvo de cerca de 20 bombardeios que mataram três pessoas e feriram 11, segundo o governador Oleg Siniegubov.

Em Zaporizhzhia (sul), o governador Yuri Malashko reportou sete mortos e 13 feridos, e quatro pessoas morreram na região de Odessa.

Em Lviv, uma pessoa morreu e 15 ficaram feridas na sexta-feira, segundo o Ministério do Interior.

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