Mais de 200 narcotraficantes do Clã do Golfo foram presos na Colômbia após dois meses de operações contra o maior cartel de cocaína do mundo, informou nesta terça-feira (19) o Ministério Público (MP).
Os detidos em 17 dos 32 departamentos do país terão que responder por "homicídios, tráfico de drogas e outras atividades criminosas", segundo o órgão.
De origem paramilitar, a organização também é conhecida como Autodefesas Gaitanistas da Colômbia, nome reivindicado por seus mais de 4 mil combatentes. Os capturados "estão envolvidos em, pelo menos, 95 homicídios realizados em 29 municípios do país", assinalou o MP.
A megaoperação permitirá esclarecer "assassinatos seletivos relacionados com disputas violentas com outras organizações criminosas pelo controle das receitas do crime, retaliações por perda de entorpecentes ou dinheiro em algumas estruturas" e ataques à população civil "que se negava a cumprir as diretrizes" da organização, acrescentou o MP.
O Clã rejeitou o plano de submissão à justiça proposto pelo presidente Gustavo Petro, que implicava a entrega de seus membros em troca de benefícios penais. O cartel insiste em ser tratado como as guerrilhas que negociam a paz com o governo, em processos nos quais são consideradas penas alternativas à prisão.
O primeiro presidente colombiano de esquerda busca desativar por meio do diálogo a guerra interna que opõe guerrilheiros, paramilitares, narcotraficantes e agentes do Estado. Mas, em março, o governo suspendeu a trégua bilateral que vigorava desde janeiro com o Clã, alegando ataques dos traficantes de drogas a soldados e civis.
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