Israel deu sua aprovação preliminar ao Chipre para abrir um corredor marítimo entre a ilha mediterrânea e a sitiada Faixa de Gaza com vistas à entrega de ajuda humanitária ao território palestino, afirmou o ministério das Relações Exteriores israelense nesta quinta-feira (28).
"Há uma autorização inicial para utilizar essa rota, mas ainda restam alguns problemas logísticos para resolver", declarou à AFP o porta-voz do ministério, Lior Haiat.
O projeto busca aumentar de maneira significativa a entrada de ajuda humanitária no território palestino, onde 2,4 milhões de habitantes sofrem com escassez de água, comida, medicamentos e combustível.
O ministro lembrou que a ajuda se dirigiria à Faixa após uma verificação "sob supervisão israelense" dos carregamentos no Chipre, membro da União Europeia e a cerca de 400km do litoral de Gaza.
A proposta foi formulada há várias semanas pelo Chipre, depois de que se iniciou a guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas em 7 de outubro.
O conflito começou após o surpreendente ataque do Hamas no sul de Israel, no qual os combatentes islamistas mataram cerca de 1.140 pessoas, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses.
Em resposta, o Estado israelense prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva terrestre e aérea no território, governado pelo grupo islamista desde 2007.
O ministério da Saúde de Gaza afirma que 21.320 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, morreram desde o início do conflito no território.
A situação humanitária é desastrosa em Gaza, onde 1,9 milhão de pessoas - ou seja 85% de sua população - estão deslocadas, segundo a ONU.
Além disso, os produtos de primeira necessidade escasseiam no território, submetido a um cerco completo por parte de Israel desde 9 de outubro.
A pouca ajuda humanitária entra em Gaza por via terrestre a partir da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.
Fontes oficiais cipriotas afirmaram que Nicósia já havia cumprido com todos os procedimentos para criar o corredor, segundo a agência de notícias CNA.
Mas ainda existem dúvidas sobre a segurança dos navios ao chegar ao litoral de Gaza e sobre as modalidades de descarregamento.
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