O número de mortes violentas na Venezuela caiu cerca de 25% em 2023, estimadas em 6.973, segundo um relatório apresentado nesta quinta-feira (28) pela ONG Observatório Venezuelano da Violência (OVV), referência ante a falta de estatísticas oficiais. 

"Esses números representam uma mudança na tendência recente (...) A taxa de 26,8 mortes violentas por 100.000 habitantes é uma importante redução de 8,5 pontos em relação às registradas durante 2021 e 2022, que se situaram em 34,9 e 35,3", informa o relatório do OVV. 

No entanto, segundo esse estudo baseado principalmente em casos publicados na imprensa, a Venezuela segue sendo um dos países mais violentos da América Latina. 

Do total de 6.973 mortes violentas registradas pelo OVV em 2023, 3.112 foram homicídios, 2.332 ocorreram durante operações policiais e 4.003 estão sob investigação. O número total havia se localizado em 9.367 em 2022 e em 9.447 em 2021.

Esses números não incluem desaparecimentos, que o OVV estimou em 1.443 em 2023, frente aos 1.370 de 2022 e 1.634 de 2021. 

Esse país de 30 milhões de habitantes vem registrando uma importante diminuição no número de mortes violentas desde 2016, quando o OVV contabilizou 28.479 mortes desse tipo, em meio a uma enorme emigração, a uma grave crise econômica e à pandemia de covid-19. 

"Há uma acentuação dos efeitos do que vem ocorrendo", disse à AFP Roberto Briceño-León, diretor do OVV, para quem o crescimento de facções do crime organizado "monopolizou" a violência ante a fraqueza do Estado e diminuiu, com isso, a letalidade da criminalidade. 

"A redução das mortes violentas não significa necessariamente uma diminuição da criminalidade, mas sim uma mudança da criminalidade", destacou. 

A média mundial de homicídios é de 5,8 por 100.000 habitantes (15 a cada 100.000 nas Américas), de acordo com o último relatório do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC na sigla em inglês). 

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