A Rússia confirmou nesta sexta-feira (5) que impediu o acesso da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a algumas partes da usina ucraniana de Zaporizhzhia, alegando razões de segurança.
Os especialistas da agência de controle nuclear da ONU monitoram a central nuclear desde setembro de 2022, seis meses após ser tomada pelas forças de Moscou.
A AIEA informou, na quarta-feira (3), que suas equipes não tiveram permissão para acessar as salas de vários reatores.
Em resposta, um funcionário da agência atômica russa Rosatom, Renat Karchaa, disse que os inspetores tentaram acessar "estruturas de contenção".
"Uma estrutura de contenção, especialmente uma selada, não é um museu, nem uma área de passeio", pontuou Karchaa, em declaração ao veículo russo RBC.
"Quando está em modo 'selado', o acesso da equipe às estruturas de contenção é proibido e só é permitido com uma justificativa inequívoca e em casos de emergência", acrescentou.
Os especialistas não tiveram permissão, durante duas semanas, para acessar as salas dos reatores de três unidades da central - onde estão localizados os núcleos dos reatores e o combustível utilizado -, informou o diretor da AIEA, o argentino Rafael Grossi, em um comunicado divulgado na quarta-feira (3).
"O conteúdo do último comunicado nos dá motivos para supor que ou Rafael Grossi não estava suficientemente informado, ou a informação foi apresentada por pessoas com escassa formação profissional, o que é difícil de acreditar", afirmou Karchaa.
A situação da central de Zaporizhzhia, que foi alvo de ataques e deixou de fornecer eletricidade à Ucrânia em setembro de 2022, faz temer um acidente nuclear.
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