O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu nesta sexta-feira (5) à entidade organizadora dos Jogos Pan-Americanos que "supere" os obstáculos e devolva a Barranquilla o direito de sediar a edição de 2027, retirada nesta semana devido ao não cumprimento de uma série de requisitos por parte do governo.
Na quarta-feira, a Panam Sports havia anunciado sua decisão "irreversível" de retirar a organização da cidade colombiana, provocando uma série de críticas contra o presidente de esquerda.
Como o Comitê Olímpico local acabou reconhecendo, o Ministério dos Esportes não pagou US$ 4 milhões (R$ 19,5 milhões) antes de 31 de dezembro, conforme havia sido acordado num contrato.
"Como Presidente da República (...) me dirijo a vocês para expressar a nossa vontade e compromisso de superar qualquer obstáculo que tenha dado origem à decisão anunciada", escreveu Petro em uma carta direcionada ao dirigente da Panam Sports, o chileno Neven Ilic e seu comitê executivo.
O país "está à altura da tarefa de organizar e acolher a grande festa continental em 2027", acrescentou o presidente no texto compartilhado com a imprensa, que não menciona violações do contrato por parte dos seus funcionários.
A perda da sede foi um duro golpe para Petro. A oposição no Congresso pretende submeter a ministra do Esporte, Astrid Rodríguez, a uma moção de censura e acusa negligência do governo.
Embora tenha sido convidado, o presidente não compareceu aos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em novembro de 2023, para receber as bandeiras da competição das mãos do seu homólogo chileno, Gabriel Boric.
A Panam Sports não anunciou a substituição de Barranquilla, embora a imprensa aponte para Assunção, no Paraguai
Na quinta-feira, o presidente do Comitê Olímpico Colombiano garantiu à AFP que tomará medidas administrativas contra a Panam Sports, uma vez que a decisão anunciada na quarta-feira não foi discutida em uma assembleia geral.
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