Prédio do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), onde ocorreu o primeiro dia de audiências sobre o caso de genocídio contra Israel movido pela África do Sul -  (crédito: Remko de Waal / ANP / AFP)

Prédio do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), onde ocorreu o primeiro dia de audiências sobre o caso de genocídio contra Israel movido pela África do Sul

crédito: Remko de Waal / ANP / AFP

Israel acusou a África do Sul, nesta quinta-feira (11), de agir como o "braço jurídico" do movimento islamista palestino Hamas, depois que esse país acusou-o de "genocídio" perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, devido ao alcance de sua guerra em Gaza.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Lior Haiat, descreveu as acusações da África do Sul como "um dos maiores espetáculos de hipocrisia da história".

o caso

A África do Sul acusou Israel, nesta quinta-feira (11), na máxima jurisdição da ONU de descumprir a Convenção para a Prevenção de Genocídios, afirmando que nem mesmo o massacre do Hamas de 7 de outubro justifica o alcance da campanha israelense em Gaza.

"Nenhum ataque armado ao território de um Estado, por mais grave que seja (...) justifica a violação da convenção", afirmou o ministro sul-africano da Justiça, Ronald Lamola, na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia.

"A resposta de Israel ao ataque de 7 de outubro ultrapassou esta linha e dá lugar a violações da convenção", acrescentou.

A campanha de bombardeios israelenses busca "destruir as vidas dos palestinos" e coloca a população "à beira da fome", afirmou Adila Hassim, advogada da África do Sul na corte.

"A situação é tal que os especialistas preveem que mais pessoas em Gaza poderão morrer de fome e doenças" do que devido a ações militares, advertiu.

"Os genocídios nunca são declarados antecipadamente, mas esse tribunal conta com as últimas 13 semanas de provas que mostram, de forma irrefutável, um modelo de comportamento e de intenção que justifica uma acusação verossímil de atos genocidas", declarou.