O general Helder Giraldo, comandante das Forças Militares da Colômbia, afirmou nesta sexta-feira (12) que "é possível" que o traficante equatoriano Adolfo Macías, conhecido como Fito, que recentemente escapou da prisão em seu país, busque refúgio na Colômbia.

Segundo Giraldo, em entrevista à W Radio, cerca de 200 das 220 pessoas que fugiram das prisões equatorianas durante a violenta investida do narcotráfico nos últimos dias "foram recapturadas pelas autoridades [...] do Equador. Há 20 fugitivos para os quais estamos muito atentos", incluindo Fito.

Questionado sobre a presença do criminoso mais procurado do Equador em território colombiano, Giraldo afirmou que "é possível, mas é para isso que nós temos um dispositivo amplo para [...] realizar a captura efetiva deste terrorista".

Os militares colombianos também estão monitorando Fabricio Colón Pico, líder da facção Los Lobos, que escapou da prisão depois que a procuradora-geral equatoriana, Diana Salazar, o acusou de planejar um atentado contra ela.

A Colômbia militarizou a fronteira com o Equador na quarta-feira para evitar a passagem de fugitivos e criminosos desse país, que está sendo assolado pela violência de facções do narcotráfico, que já resultou em pelo menos 16 mortes e mais de 100 sequestros esta semana.

"A prioridade é fechar o caminho para esses líderes [...] esses grupos armados que eventualmente queiram atravessar para o território nacional", afirmou Giraldo à Blu Radio na sexta-feira.

Segundo o general, Los Choneros, liderados por Fito, e outras facções criminosas do Equador, como Los Tiguerones, que atuam na província fronteiriça de Esmeraldas, têm "uma relação estreita" com grupos armados colombianos, como a Frente Oliver Sinisterra, uma dissidência das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que opera do lado colombiano.

Entre março e abril de 2018, esse grupo, então liderado por Walter Arizala, conhecido como Guacho, que morreu aos 29 anos em uma operação conjunta lançada por Colômbia e Equador, sequestrou e assassinou uma equipe do jornal equatoriano El Comercio.

Os narcotraficantes equatorianos usam as prisões como escritórios do crime de onde gerenciam o tráfico de drogas, ordenam assassinatos, administram os lucros do crime e lutam até a morte com seus rivais pelo poder.

O presidente equatoriano Daniel Noboa anunciou a "repatriação" de 1.500 colombianos presos para reduzir a superlotação nas prisões de seu país.

No entanto, a medida não foi bem recebida pelo governo colombiano de Gustavo Petro, que a considera uma "expulsão em massa" e problemática, pois muitos presos ficariam livres do outro lado da fronteira.

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