Promotores quenianos anunciaram, nesta terça-feira (16), que pretendem acusar o líder de uma seita evangélica e outras 94 pessoas de terrorismo e assassinato pela morte de 429 dos seus seguidores, os quais ele incitou a morrer de fome. 

O autodenominado pastor Paul Nthenge Mackenzie é acusado de incitar seus seguidores a morrerem de fome para "encontrar Jesus", um caso que chocou o mundo. 

Mackenzie foi preso em abril do ano passado, depois que corpos foram encontrados em uma floresta perto da costa do Oceano Índico. Sua prisão preventiva foi prorrogada diversas vezes ao longo da investigação. 

"Após uma análise minuciosa das provas, o diretor de Processos Penais está convencido de que existem provas suficientes para processar 95 suspeitos", afirmou o Ministério Público em um comunicado.

Na semana passada, um tribunal deu à Promotoria 14 dias para apresentar acusações contra o ex-taxista, ou teriam de soltá-lo. 

Mackenzie e os outros réus enfrentam dez acusações, incluindo homicídio culposo e doloso e terrorismo. Também são acusados de "submeter crianças à tortura", segundo a Promotoria. 

Não ficou claro quando os 95 réus deverão comparecer à Justiça, mas a Promotoria indica que pretende "processar o caso rapidamente". 

As necropsias revelaram que a maioria das vítimas morreu de fome, enquanto outras, incluindo crianças, teriam sido estranguladas, agredidas, ou sufocadas. Até o momento, 429 corpos foram encontrados. 

As descobertas macabras levaram o governo a levantar a necessidade de estabelecer maiores controles sobre as denominações religiosas, em um país com uma história de pastores autodeclarados. 

País de maioria cristã, o Quênia tem lutado para regulamentar igrejas e cultos envolvidos no crime. Existem mais de 4.000 igrejas registradas no país da África Oriental com 53 milhões de habitantes, segundo dados oficiais.

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