O Governo espanhol anunciou nesta terça-feira (16) que desclassificou, a pedido da Justiça, documentos relacionados à espionagem do atual presidente regional catalão, Pere Aragonès, com o programa informático Pegasus.

"O governo, a pedido de um juiz, realizou uma desclassificação parcial para este caso específico", explicou a porta-voz do governo do presidente socialista Pedro Sánchez, Pilar Alegría, na coletiva de imprensa após o conselho de ministros.

"Esta desclassificação, em caso algum, afeta a segurança nacional", acrescentou ela, detalhando que o Executivo é "o primeiro interessado na resolução deste assunto".

Aragonès processou o serviço secreto espanhol (Centro Nacional de Inteligência, CNI) pela espionagem a que foi submetido com o programa israelense Pegasus, que infecta celulares para extrair informações.

Segundo o presidente catalão, a espionagem ocorreu entre 2018 e 2020, um ano depois da má sucedida proclamação da independência da Catalunha e quando ele era vice-presidente do governo regional.

O caso está sendo investigado em um tribunal em Barcelona, no qual Aragonès testemunhou no dia 13 de dezembro. Na ocasião, declarou que o governo de Sánchez tinha a "obrigação ética e moral" de desclassificar os documentos.

O partido político do catalão, Esquerda Republicana da Catalunha, tem sete deputados no Congresso espanhol, sem cujo apoio Sánchez não poderia governar.

O juiz de Barcelona responsável pelo caso acusou a então diretora do CNI, Paz Esteban, que, em uma aparição secreta numa comissão parlamentar, admitiu que a sua organização havia espionado 18 líderes independentistas catalães, incluindo Aragonès, segundo a imprensa. 

Esteban alegou que a escuta telefônica foi realizada por ordem judicial. 

A desclassificação dos documentos permitirá que ela compareça perante o juiz, após um adiamento em dezembro, pois agora poderá falar sobre o seu conteúdo.

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