As autoridades de Comores instauraram, nesta quarta-feira (17), toque de recolher em todo o arquipélago, após os enfrentamentos entre forças de segurança e manifestantes que protestam contra a vitória do atual presidente Azali Assoumani nas eleições, classificada de "fraude" pela oposição.

"Foi estabelecido o toque de recolher", anunciou na televisão Youssoufa Mohamed Ali, o delegado de Defesa de Comores, um arquipélago de três ilhas situado em frente ao litoral do sudeste da África, no Oceano Índico.

Segundo o decreto publicado posteriormente, a medida entra em vigor imediatamente e coloca Moroni, a capital, sob toque de recolher entre 19h00 e 06h00, assim como o restante do território entre 22h00 e 06h00.

Durante todo o dia, os manifestantes ergueram barricadas com pedaços de asfalto e pedras e muitos estabelecimentos permaneceram fechados nesta cidade de aproximadamente 10.000 habitantes. O centro foi isolado por policiais, gendarmes e soldados enviados em grande número.

Nesta quarta-feira, a oposição exigiu o "cancelamento" das eleições de domingo, nas quais 340.000 eleitores estavam convocados às urnas para eleger seu presidente e os governadores das três ilhas do país.

"Inquestionavelmente, estas eleições [...] não são válidas" disseram os cinco candidatos rivais de Assoumani em um comunicado conjunto, alegando fraude.

Azali Assoumani, um ex-militar golpista de 65 anos, obteve 62,97% dos votos no primeiro turno, segundo resultados provisórios, o que lhe dá um terceiro mandato consecutivo que o manteria no poder até 2029.

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