Mais de meio milhão de afegãos deixaram o Paquistão nos últimos quatro meses, no qual as autoridades decretaram um ultimato para o retorno ao seu país daqueles que se encontravam em situação irregular, anunciou nesta segunda-feira (22) a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Cerca de 500.200 pessoas retornaram ao Afeganistão entre 15 de setembro e 13 de janeiro, segundo a OIM.
As autoridades paquistanesas haviam dado o prazo de até 1º de novembro de 2023 para que os 1,7 milhão de afegãos em situação irregular voltassem para o seu país.
Muitos preferiram partir por vontade própria para não serem presos, internados em centros de detenção construídos para esta ocasião ou deportados.
Alguns dos afegãos que voltaram para o seu país de origem viviam há décadas no Paquistão, onde buscaram refúgio para fugir de conflitos no Afeganistão. Entre eles, aproximadamente 600 mil fugiram após a retomada do poder pelos talibãs, em agosto de 2021.
Ao chegar ao Afeganistão, os migrantes recebem uma pequena ajuda governamental e das agências da ONU. Mas devem recomeçar suas vidas do zero em um país com uma economia devastada, alta taxa de desemprego e em meio a uma crise humanitária.
A ONU teme que "alguns afegãos forçados a retornar ao seu país possam ser expostos a perseguições, prisões arbitrárias e/ou tortura ou maus-tratos”.
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