O chefe da ONU se reúne nesta terça-feira (29), em Nova York, com os "principais doadores" de sua agência para os refugiados palestinos (UNRWA), que está sob escrutínio desde as acusações de que 12 funcionários estiveram envolvidos no ataque do Hamas de 7 de outubro em Israel, anunciou seu porta-voz nesta segunda.

"Pessoalmente, o secretário-geral está horrorizado com as acusações contra os funcionários da UNRWA", declarou seu porta-voz, Stéphane Dujarric, à imprensa.

Mas "sua mensagem aos doadores, especialmente àqueles que suspenderam suas contribuições, é que pelo menos garantam a continuidade das operações da agência, já que temos dezenas de milhares de pessoas trabalhando com dedicação na região", afirmou.

O secretário-geral, António Guterres, já se reuniu nesta segunda com "a representante permanente dos Estados Unidos na ONU", a embaixadora Linda Thomas-Greenfield, e na terça à tarde se encontrará "com os principais doadores da UNRWA", de acordo com Dujarric.

Guterres está "envolvido com a direção e os doadores da UNWRA, assim como com líderes da região, como o rei Abdullah II da Jordânia e o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi", com quem conversou nesta segunda-feira.

Na sitiada e devastada Faixa de Gaza, a UNWRA, que fornece ajuda vital à população civil, está em apuros desde as acusações de envolvimento de 12 funcionários (dos 30 mil na região) no atentado perpetrado em outubro pelo movimento islamista palestino Hamas contra Israel, desencadeando a guerra.

Onze países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Japão, suspenderam seu financiamento à agência, apesar do apelo de Guterres no final de semana para que mantivessem a ajuda.

Nesta segunda, a União Europeia pediu à UNRWA que "aceite que especialistas independentes escolhidos pela Comissão Europeia realizem uma auditoria".

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, cancelou uma reunião prevista para quarta-feira com o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, e pediu sua renúncia nas redes sociais.

Dujarric enfatizou que "qualquer funcionário envolvido em um ato terrorista terá que prestar contas, inclusive por meio de ações penais", mas "neste momento, as perspectivas para a UNWRA e os milhões de pessoas que ela ajuda - não apenas em Gaza, mas também em Jerusalém Oriental, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria - são muito sombrias".

nr/af/atm/ic/am