O Parlamento russo aprovou, nesta quarta-feira (31), uma lei que permite às autoridades confiscar bens de pessoas condenadas por questionar o Exército e a ofensiva militar na Ucrânia. 

A lei aprovada pela Duma (câmara baixa), em terceiro turno, permite que as autoridades confisquem dinheiro, propriedades e ativos dos críticos da ofensiva, e agora passará para o presidente Vladimir Putin para a ratificação. 

A Rússia proibiu as críticas às suas Forças Armadas mediante uma série de leis de censura e prendeu dezenas de opositores desde o envio das tropas para a Ucrânia, em fevereiro de 2022. 

O presidente da Duma, Viacheslav Volodin, afirmou que a nova lei tem como alvo "os canalhas e os traidores, aqueles que hoje cospem nas costas dos nossos soldados, aqueles que traíram a sua pátria, que enviam dinheiro para as forças armadas de um país que está em guerra contra nós". 

As medidas também se aplicam às centenas de milhares de russos que deixaram o país desde o início da campanha militar, um grupo frequentemente atacado por Moscou. 

"Desacreditar" ou espalhar "informações falsas" sobre as Forças Armadas russas são crimes que podem resultar em até 15 anos de prisão. 

O Kremlin insiste que a sociedade russa esteja unida no seu apoio à campanha militar na Ucrânia. Ao mesmo tempo, intensificou a repressão contra aqueles que ousam criticá-la publicamente. 

A maioria dos críticos mais proeminentes do Kremlin, liderados por Alexei Navalny, foram presos ou exilados. 

Em um caso raro de protesto público que não foi reprimido, o líder da oposição Boris Nadezhdin apresentou, nesta quarta-feira, o pedido de registro da sua candidatura nas eleições presidenciais de março. 

Nas últimas semanas, Nadezhdin energizou a oposição russa com a sua mensagem a favor da paz e conseguiu dezenas de milhares de assinaturas para registrar a sua candidatura para enfrentar Putin.

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