Três mulheres acusaram o influente psicanalista francês Gérard Miller de agressões sexuais e de um estupro, algumas durante sessões de hipnose, em uma investigação publicada no site da revista Elle nesta quarta-feira (31). 

A revista expôs o relato da jornalista e diretora de teatro Muriel Cousin, que afirmou ter sofrido toques durante uma sessão de hipnose em 1990, quando tinha 23 anos. Naquele momento, não lhe "ocorreu apresentar uma queixa" porque "nessa época não se fazia".  

Outra mulher denunciou um estupro durante uma sessão similar em 2004, quando tinha 19 anos, depois de ter participado de um programa televisivo juntamente com o famoso psicanalista. 

Segundo ela, os supostos crimes ocorreram na casa de Miller, após um jogo baseado na hipnose. "Não consigo mais me mexer. Sou uma boneca que despem e com a qual podem fazer o que quiserem", contou.

Além disso, uma mulher que trabalhava como babá para o psicanalista em 1993, quando tinha 19 anos, também denunciou ter sido agredida sexualmente quando ele a levava de volta para casa em seu carro. 

Segundo a Elle, uma atriz do filme "Terminale" (1998), do qual Miller foi roteirista, "teria sofrido uma agressão sexual sob o pretexto de uma sessão de hipnose na casa do psicanalista, no divã de seu consultório". 

Gérard Miller, que não desmente ter mantido relações com essas mulheres, nega as acusações. "Nada do que percebi me indicou que quisessem pôr fim à situação, porque senão teria terminado naquele mesmo instante", escreveu na rede social X. 

Ele também afirmou que nunca praticou hipnose em seu consultório ou em sua casa, mas sempre em público. Segundo ele, o que acontecia privadamente eram "testes básicos" e "aquele ou aquela que aceitava se submeter não estava hipnotizado de forma alguma, permanecia perfeitamente consciente e em pleno controle de suas faculdades". 

"Com todas as mulheres, estou convencido de que nunca forcei ninguém, levando qualquer constrangimento ou recusa ao pé da letra, especialmente quando estava no caminho da sedução", afirma ele em sua mensagem.

Há pouco tempo, veio à tona uma entrevista que Gérard Miller fez em 2011 com o cineasta francês Benoît Jacquot para um documentário. Nela, o cineasta falava de suas relações com jovens atrizes, entre elas Judith Godrèche, menor de idade à época, diante de um Miller conciliador. 

O psicanalista teve que se justificar: "Hoje, já não poderia realizar o mesmo filme porque não estamos mais nessa cegueira coletiva", declarou à France 5 no início de janeiro. 

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