Violentos terremotos sacudiram nesta segunda-feira(1°) o centro do Japão, provocando importantes danos e tsunamis de mais de um metro de altura em algumas regiões, levando a população a fugir para terrenos mais altos.

Os terremotos ocorreram na península de Noto, no distrito de Ishikawa, às 16H10 locais (04H10 no horário de Brasília), informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Pouco depois, as primeiras consequências começaram a ser sentidas nas costas. Ondas de 1,2 metro de altura atingiram o porto de Wajima, na península de Noto, às 16h21 (04h21 em Brasília), anunciou a agência meteorológica japonesa.

O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico, com sede no Havaí, informou, no entanto, que o risco havia ficado para trás. "A ameaça de tsunami passou em grande medida", declarou a agência americana.

Rodovias foram fechadas nas zonas próximas ao epicentro e os trens de alta velocidade entre Tóquio e Ishikawa foram cancelados.



O governo informou que não foram detectadas consequências nas usinas nucleares do país.

"Foi confirmado que não há anormalidades na central nuclear de Shika (situada no distrito de Ishikawa, ndlr)", declarou o porta-voz do governo Yoshimasa Hayashi.

Em Ishikawa e nas vizinhas Toyama e Niigata cerca de 33.500 lares ficaram sem eletricidade.

- "Situação horrível" -

O centro de alerta com sede no Havaí havia advertido para o risco de ondas perigosas "em um raio de 300 km em torno do epicentro ao longo das costas do Japão".

Cidades do extremo-leste russo também alertaram para o risco de tsunami, sem determinar evacuações.

As autoridades de Vladivostok, cidade russa de 600.000 habitantes, aconselharam os pescadores a retornarem ao porto, afirmando que esperavam uma onda de três metros.

Os danos causados pelo terremoto afetaram principalmente as casas antigas, que costumam ser de madeira.

O porta-voz do governo, Yoshimasa Hayashi, reportou "seis casos" de pessoas sob edifícios desabados na zona de Ishikawa.

Imagens na televisão mostraram também um grande incêndio que devastou vários edifícios em Wajima.

Um vídeo na rede social X mostrou casas destruídas. "É o distrito Matsunami de Noto. Estamos em uma situação horrível. Por favor, ajudem-nos. Minha cidade está em uma situação horrível", lamentou uma pessoa na gravação.

- Lembrança de Fukushima -

O mais forte da longa série de tremores foi inicialmente registrado como de magnitude 7,4, antes de ser revisado para cima a 7,6 pela agência japonesa JMA.

Mais de 50 sismos de magnitude 3,2 ou maior atingiram a península de Noto em quatro horas. O mais forte foi às 16h10 (04h10) no nordeste.

Situado no chamado "cinturão de fogo" do Pacífico, o Japão é um dos países do mundo onde os terremotos são mais frequentes.

As normas de construção são estritas, os edifícios costumam resistir a fortes terremotos e os habitantes estão acostumados a estas situações.

Mas a traumática lembrança persiste do terrível terremoto de magnitude 9,0 seguido de um gigantesco tsunami que deixou cerca de 20 mil mortos ou desaparecidos em 2011.

A catástrofe incluiu o acidente nuclear de Fukushima, o pior registrado no mundo desde o de Chernobyl em 1986. O tsunami causou o derretimento de três reatores da usina nuclear japonesa.

Em março de 2022, um terremoto de magnitude 7,4 na costa de Fukushima sacudiu amplas zonas do leste do Japão e deixou três mortos.

A capital, Tóquio, foi devastada por um grande terremoto há um século, em 1923.

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