O ano de 2023, considerado o mais quente da história pelos especialistas climáticos europeus, foi "um simples aviso do futuro catastrófico" que nos aguarda, afirmou nesta terça-feira (9) Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, em Nova York.

"O secretário-geral [António Guterres] acredita que a humanidade está queimando a Terra. O ano de 2023 é um simples aviso do futuro catastrófico que se avizinha se não agirmos agora", disse Dujarric à imprensa.

No entanto, Guterres segue acreditando que ainda podemos evitar o pior, desde que respondamos aos "recordes de temperaturas com ações revolucionárias", enfatizou Dujarric.

O secretário-geral crê que "os líderes mundiais devem comprometer-se a elaborar novos planos de ação climática sérios, a encerrar a era dos combustíveis fósseis de forma rápida e justa, e a investir para ajudar os países mais vulneráveis a combater o caos climático", explicou.

"Para ele, ainda é possível evitar o pior da catástrofe, mas apenas se agirmos agora, com a ambição necessária para limitar o aquecimento a 1,5 °C e garantir a justiça climática", acrescentou Dujarric.

Marcado por uma série de catástrofes climáticas sem precedentes, 2023 foi de fato o ano mais quente da história e se aproximou pela primeira vez em um ano inteiro ao limite de aumento global de temperaturas de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris, indicou nesta terça o relatório anual do Observatório Europeu do Clima Copernicus (C3S).

Com uma média de 14,98°C, a temperatura do ano passado foi 1,48°C superior à da era pré-industrial (1850-1900). O novo recorde supera significativamente (0,17°C) o anterior, estabelecido em 2016.

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