O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, nesta quarta-feira (10), o apoio do Brasil à África do Sul em uma ação contra Israel por "genocídio" perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), após se reunir com o embaixador palestino, informou o Itamaraty.

"À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio", anunciou o ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

Os juízes da CIJ ouvirão na quinta-feira o pedido urgente da África do Sul para ordenar Israel a "suspender imediatamente as operações militares" na Faixa de Gaza.

Lula recebeu o embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Alzeben, para discutir a situação na Faixa de Gaza, mais de três meses após o início da guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.

O conflito começou com a incursão em 7 de outubro de combatentes islamistas que mataram cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um levantamento da AFP com base em dados oficiais israelenses. Cerca de 250 pessoas foram sequestradas, cem das quais permanecem em cativeiro em Gaza até o momento.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, matou mais de 23.350 pessoas até agora no território palestino, a maioria mulheres e crianças.

O presidente Lula criticou várias vezes a retaliação israelense, chegando a compará-la a "atos de terrorismo".

Os bombardeios israelenses, que deixaram bairros inteiros de Gaza em ruínas e forçaram 85% da população a abandonar seus lares, provocando uma grave crise humanitária segundo a ONU, constituem uma "punição coletiva", de acordo com o governo brasileiro.

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