O único pré-candidato à eleição presidencial russa que se opõe ao conflito na Ucrânia, Boris Nadezhdin, disse, nesta quarta-feira (24), à AFP que esperava que este pleito marcasse "o início do fim" da era de Vladimir Putin.

"Embora o 17 de março não seja o fim da era Putin, espero que pelo menos marque o início do fim", afirmou Nadezhdin em uma entrevista em sua residência nos arredores de Moscou.

Cerca de 120.000 russos assinaram uma petição necessária para que sua candidatura possa ser registrada para as eleições, que acontecem de 15 a 17 de março.

"Sei que será difícil bater Putin", que está no poder desde o ano 2000, reconhece. "O poder está do seu lado, e um número importante de pessoas, que nunca viram ninguém além de Putin na televisão, estão do seu lado", afirmou o vereador de 60 anos da cidade de Dolgoprudny, a 20 km de Moscou.

Nadezhdin garante que é "o único candidato ainda na disputa que critica sistematicamente a política do presidente Putin e que é favorável ao fim da operação militar especial", eufemismo para se referir à ofensiva na Ucrânia, pois os termos "guerra" e "invasão" podem acarretar penas de prisão.

O político tem como prazo até 31 de janeiro para entregar, no mínimo, 100.000 assinaturas de apoio à sua candidatura para a Comissão Eleitoral, que pode rejeitá-la se considerar que as listas estão erradas ou foram falsificadas.

Se for eleito presidente, Nadezhdin assegura que interromperia o conflito, negociaria uma solução com Kiev e com os países ocidentais, acabaria com a "militarização" da Rússia e libertaria "todos os presos políticos".

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