Especialistas em direitos humanos da ONU expressaram, nesta quinta-feira (1º), preocupação com o aumento do número de jornalistas mortos na guerra de Gaza, e denunciaram a aparente estratégia "deliberada" de Israel para silenciar a cobertura crítica.
"Poucas vezes os jornalistas pagaram um preço tão alto por fazerem seu trabalho como os que estão atualmente em Gaza", afirmaram os cinco especialistas em um comunicado, no qual mostraram-se "alarmados com o número extraordinariamente elevado" de jornalistas mortos.
De acordo com relatórios das Nações Unidas, pelo menos 122 jornalistas e outros trabalhadores de meios de comunicação morreram, e muitos outros ficaram feridos na Faixa de Gaza desde o início da guerra, iniciada após o ataque sangrento do movimento islamista palestino Hamas contra Israel em 7 de outubro.
No mesmo dia, os soldados do Hamas também mataram quatro jornalistas israelenses. Outros três morreram no Líbano, devido aos bombardeios de Israel perto da fronteira entre os países.
Especialistas independentes - designados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas que não falam em nome da organização - foram informados de que, "apesar de estarem claramente identificados com jaquetas e capacetes com a palavra 'imprensa' ou viajando em veículos de imprensa bem sinalizados, os jornalistas foram atacados".
Isso indicaria uma "estratégia deliberada das forças israelenses para obstruir a mídia e silenciar informações críticas".
Os especialistas pediram para os tribunais internacionais prestarem atenção ao "perigoso padrão de ataques e impunidade de crimes contra jornalistas", que, lembraram, "são crimes de guerra".
Eles também expressaram preocupação pelo fato de Israel ter se recusado a permitir a entrada de meios de comunicação externos em Gaza, a menos que estejam acompanhados das forças israelenses.
Em 7 de outubro, os combatentes do Hamas mataram cerca de 1.140 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP, produzido a partir de números oficiais israelenses.
Aproximadamente 250 pessoas foram sequestradas, das quais Israel afirma que cerca de 132 ainda estão em Gaza, incluindo 29 que estariam mortas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva aérea, terrestre e marítima que resultou em mais de 27.000 mortes em Gaza, principalmente mulheres e menores de idade, de acordo com o ministério da Saúde do Hamas, que governa o território palestino.
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