Os eleitores do Azerbaijão comparecem às urnas nesta quarta-feira (7) para uma disputa presidencial que deve resultar no quinto mandato do autoritário Ilham Aliev, fortalecido após a recente vitória militar na região de Nagorno Karabakh, cenário de um conflito com a Armênia.
O presidente herdou o poder com a morte de seu pai em 2003 e controla o país rico em petróleo no Cáucaso de forma tão severa que qualquer surpresa nas urnas é algo inimaginável.
Os locais de votação abriram às 8H00 (1H00 de Brasília). Sete candidatos estão na disputa, mas os rivais de Aliev não representam uma alternativa e "todos apoiaram o presidente no passado recente", destacou a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
Como fizeram nas eleições presidenciais de 2018, os verdadeiros partidos de oposição, esmagados por anos de repressão, boicotam a votação, que consideram uma "farsa".
O poder de Aliev foi ampliado com a recente vitória militar, em setembro, durante uma operação relâmpago contra os separatistas armênios de Nagorno Karabakh, que encerrou três décadas de separatismo marcadas por duas guerras.
Pela primeira vez desde a década de 1990, as eleições também acontecem em Nagorno Karabakh, que foi esvaziado da sua população armênia.
Os resultados preliminares devem ser publicados algumas horas após o fim da votação, marcada para 19H00 locais (12H00 de Brasília).
A previsão é uma vitória por ampla margem de Aliev que recebeu 86% dos votos em 2018 e quase 89% em 2008, em meio a acusações de irregularidades dos observadores internacionais.
A ex-república soviética com quase 10 milhões de habitantes geralmente fica na parte final das listas elaboradas por organizações de defesa dos direitos humanos.
As organizações denunciam a repressão da oposição, tortura nas prisões e detenções arbitrárias, alegações rejeitadas pelas autoridades de Baku.
Aliev também foi acusado de aproveitar os abundantes recursos em hidrocarbonetos do país para enriquecer sua família, o que ele nega.
Para o quinto mandato, o presidente afirmou que o país deve permanecer "muito vigilante" às ameaças, mas destacou que não deseja uma nova guerra com a Armênia, apesar do atraso nas negociações entre os dois países e das inquietações de Yerevan com as ambições do vizinho mais rico e com mais armamento.
em-im-led/alf/fjb/lgo/dbh/mas/acc/fp