As Nações Unidas pediram, nesta quarta-feira (7), 4,1 bilhões de dólares (20,36 bilhões de reais na cotação atual) para atender aos civis afetados pela guerra no Sudão e àqueles que saíram do país como refugiados.
O conflito, que eclodiu em abril de 2023 entre o Exército e um grupo paramilitar, causou um colapso humanitário neste país africano e deixou mais da metade de seus 25 milhões de habitantes em necessidade de ajuda e proteção.
Especialistas da ONU estimam que milhares de pessoas morreram neste confronto entre o general do Exército, Abdel Fatah al Burhan, e o seu antigo aliado e líder das paramilitares Forças de Apoio Rápido, Mohamed Hamdan Daglo. Só em uma cidade da região ocidental de Darfur, teriam morrido entre 10.000 e 15.000 pessoas, de acordo com estas estimativas.
"Dez meses de conflito tiraram quase tudo do povo do Sudão: sua segurança, suas casas e seus sustentos vitais", disse o chefe da ONU para causas humanitárias, Martin Griffiths, em um comunicado.
O conflito afetou o estado de Gezira, região agrícola do Sudão antes da guerra, e levou a uma fome crescente, com quase 18 milhões de pessoas enfrentando insegurança alimentar.
As hostilidades também afetaram as redes de abastecimento de água e deixaram 75% das instalações médicas inutilizáveis, enquanto doenças como a cólera, a malária e o sarampo aumentam rapidamente.
Quase oito milhões de pessoas abandonaram as suas casas devido à guerra e, destas, 1,5 milhão procuraram refúgio em países vizinhos, segundo a ONU.
No campo de deslocados de Zamzam, um dos maiores do país, com entre 300 mil e 500 mil abrigados, uma criança morre a cada duas horas, alertou Médicos Sem Fronteiras esta semana.
Confrontada com este "sofrimento épico", a ONU disse que precisa de 2,7 bilhões de dólares (13,4 bilhões de reais) este ano para ajudar 14,7 milhões de pessoas necessitadas no país.
Além disso, a sua agência para os refugiados, Acnur, solicitou mais 1,4 bilhão para ajudar aqueles que deixaram o país.
"Apelo à comunidade internacional a aumentar o seu apoio ao povo do Sudão. Eles precisam desesperadamente de ajuda e precisam dela agora", disse o chefe da Acnur, Filippo Grandi, em um comunicado.
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