O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, considerou nesta segunda-feira “irresponsável e perigosa” a ameaça de Donald Trump de deixar de garantir a proteção dos países da Otan frente à Rússia se eles não não pagarem a sua parte.
“Qualquer relativização da garantia de assistência da Otan é irresponsável e perigosa, e beneficia apenas os interesses da Rússia", declarou Scholz durante entrevista coletiva em Berlim com o colega polonês, Donald Tusk. “Ninguém deve brincar com a segurança da Europa."
“Devemos nos dedicar realmente a uma cooperação total com os Estados Unidos, mas a Europa também tem que investir em sua própria segurança”, acrescentou Tusk.
Scholz pediu hoje que os países europeus produzam material militar em massa, devido, segundo ele, à ameaça duradoura representada pela Rússia.
O líder alemão deu essa declaração no início da construção de uma nova unidade da fabricante de armas Rheinmetall em Untelüss, norte do país. A nova fábrica representa "um sinal” para os europeus, ressaltou o chanceler alemão, que pediu um reforço da indústria de defesa do continente.
“Temos que abandonar a indústria manufatureira e nos concentrar na produção de armamento em larga escala", declarou Scholz, alegando "uma necessidade urgente”.
“Por mais dura que seja esta realidade, não vivemos em tempos de paz”, ressaltou o chefe de governo, para quem a invasão russa à Ucrânia e "as ambições imperiais” do presidente russo, Vladimir Putin, representam “uma ameaça importante".
“Quem quer paz deve conseguir dissuadir eventuais agressores”, considerou Scholz, que pediu uma cooperação industrial “mais estreita” entre os países da União Europeia: "Uma defesa forte requer uma base industrial sólida."
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