Doze vítimas do financista Jeffrey Epstein apresentaram uma ação judicial contra o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (14), alegando que a agência não investigou adequadamente as acusações contra este suposto agressor sexual falecido em 2019.
Doze denunciantes, representados de maneira anônima em documentos judiciais sob o nome "Jane Doe" ("Fulana de Tal", em inglês), afirmam que o Birô Federal de Investigação (FBI) dos Estados Unidos "não investigou adequadamente o abuso" e ignorou o interesse sexual de Epstein por moças menores de idade.
O processo apresentado em um tribunal de Nova York diz que o FBI, durante mais de duas décadas, "permitiu a Jeffrey Epstein traficar e abusar sexualmente de dezenas de meninas e moças".
"Jane Doe 1-12 entrou com esta ação para chegar ao fundo [...] do papel do FBI na rede criminosa de tráfico sexual de Epstein", acrescenta.
As demandantes pedem uma quantia não especificada como compensação por danos e prejuízos.
A ação chega depois da revelação no mês passado de documentos judiciais que identificaram com nome próprio pessoas relacionadas com Epstein e sua companheira Ghislaine Maxwell, entre eles os ex-presidentes americanos Bill Clinton e Donald Trump, que não foram vinculados ao caso.
Maxwell e Epstein formavam um casal no início da década 1990, antes de se tornarem cúmplices de crimes sexuais cometidos durante quase três décadas. Epstein, uma figura poderosa no mercado financeiro, chegou a ser acusado de estuprar meninas e se suicidou em uma prisão de Nova York em agosto de 2019.
Em 2022, Maxwell foi sentenciada a 20 anos de prisão.
A ação reivindica que, entre 1996 e 2006, o FBI recebeu com "grave negligência" uma série de relatos, queixas e pistas sobre tráfico sexual de mulheres e menores, abusos sexuais e violações de direitos humanos cometidos por Epstein e companhia.
Esta conduta da agência de investigação resultou "no abuso sexual contínuo de Jane Doe 1-12 por Jeffrey Epstein", de acordo com o processo.
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