A Colômbia registrou 98 massacres em 2023, um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior, em meio ao prolongado conflito armado no país, segundo relatório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos nesta quarta-feira (28), em Bogotá. 

"É preocupante que apesar de haver uma diminuição em alguns indicadores de violência, a expansão territorial e as estratégias violentas de controle social e territorial de grupos armados não estatais e organizações criminosas continuam com graves consequências para os direitos humanos", disse a representante na Colômbia da agência das Nações Unidas, Juliette De Rivero. 

No ano passado, os massacres, ou assassinatos de três ou mais pessoas em um mesmo ataque, deixaram 320 vítimas, das quais 32 eram crianças e 18 pertenciam a grupos étnicos, segundo o relatório.

A ONU alertou sobre a expansão da violência ligada a organizações armadas que atinge 206 municípios dos 1.100 que o país possui. Em 2022 a guerra interna afetou 180 municípios, enquanto em 2021 foram 156. 

"A consolidação do poder dos grupos em alguns territórios representa um risco para a governabilidade na Colômbia e para a proteção dos direitos humanos da população", disse De Rivero.

O relatório alerta para o "controle" que as organizações exercem sobre as populações onde assassinam, extorquem, ameaçam, restringem deslocamentos, recrutam menores, sequestram e estupram.

Segundo De Rivero, em 2023 foram registrados 105 homicídios de defensores dos direitos humanos, uma diminuição de 9,5%, embora "ainda seja o número mais alto do mundo".

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