O governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciaram nesta terça-feira (6) em Havana um acordo para prorrogar por seis meses o cessar-fogo bilateral, que está em vigor desde 4 de agosto.

"Concordamos em prorrogar a partir das 00:00 horas do dia 6 de fevereiro de 2024, por cento e oitenta (180) dias, o Cessar-Fogo Bilateral, Nacional e Temporário (CFBNT)", afirma o documento divulgado pelas duas partes em suas contas na rede social X (ex-Twitter).

No texto, com data de 5 de fevereiro, a última guerrilha ativa da Colômbia também se compromete a abandonar as ações de sequestro.

"O ELN, para contribuir com o desenvolvimento do CFBNT, suspende de forma unilateral e temporária as retenções de caráter único", afirma o acordo assinado por Vera Grave, coordenadora da delegação colombiana, e por Pablo Beltrán, líder da delegação da guerrilha.

Durante a quinta rodada de negociações de paz celebrada em dezembro no México, o ELN já havia expressado a intenção de suspender os sequestros em troca da cobrança de resgates.

O acordo no México ajudou a superar a crise provocada pelo sequestro, em 28 de outubro, do pai do astro do futebol colombiano Luis Díaz, atacante do Liverpool inglês, que foi libertado 12 dias depois.

O governo de Cuba, sede das negociações, convocou para esta terça-feira a cerimônia de encerramento da VI rodada de negociações, que começou em Havana em 22 de janeiro.

As negociações complexas levaram as duas delegações a adiar na segunda-feira o encerramento do ciclo de negociações que pretendia ampliar a trégua, que expirou oficialmente em 29 de janeiro. 

Na manhã de segunda-feira, o ELN explicou em um comunicado que estavam sendo adotadas "medidas para resolver fatores de crise e agregar novos elementos de compromisso a serem respeitados por ambas as partes".

Na semana passada, o governo e o ELN já haviam concordado em prorrogar por sete dias a trégua, para dar tempo às negociações que pretendiam prorrogar por mais um semestre a trégua.

As negociações rotativas de paz com o ELN, que, segundo números oficiais, conta com mais de 5.000 membros, tiveram início em Caracas, em novembro de 2022, sob a liderança do presidente Gustavo Petro, que lançou um plano de Paz Total com grupos rebeldes e organizações do narcotráfico. 

Seu antecessor, Iván Duque (2018-2022), suspendeu as conversas com o ELN após um atentado contra um centro de formação de policiais.

A Colômbia enfrenta seis décadas de conflito armado, que já deixou 9,5 milhões de vítimas, entre deslocados, assassinados, sequestrados e desaparecidos.

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