SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um pergaminho grego, parcialmente preservado após ficar soterrado na erupção do Monte Vesúvio, em 79 d.C., foi virtualmente "desenrolado" e decodificado com o uso de inteligência artificial.



O pergaminho faz parte de um grupo de 800 documentos encontrados em uma vila no sul da Itália, soterrados pela erupção do Vesúvio. Eles foram chamados de "Papiros de Herculano".

O feito foi alcançado por três participantes da Vesuvius Challenge, uma competição que desafia pesquisadores de todo o mundo a desenvolverem softwares e recursos de IA (Inteligência Artificial) visando decifrar os Papiros de Herculano. O desafio foi lançado em março de 2023 e oferece um prêmio de mais de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 4,9 milhões).

Os especialistas que trabalham com o Desafio do Vesúvio acreditam que o pergaminho contém "textos da antiguidade nunca lidos". E que o texto decifrado "é uma peça da filosofia epicurista sobre o prazer." Não se sabe quem foi o autor do antigo pergaminho, mas especialistas desenvolveram teorias de que possa ter sido escrito por Epicuro ou Filodemo.

Os três membros da equipe vencedora já tinham feito contribuições significativas para a competição individualmente. Luke Farritor, da Universidade de Nebraska-Lincoln, nos EUA, e Youssef Nader, estudante da Universidade Freie, na Alemanha, foram dois dos primeiros competidores a detectar um número menor de pergaminhos, ganhando US$ 40 mil (R$ 198 mil) e US$ 10 mil (R$ 49 mil), respectivamente.

Julian Schilliger, estudante de robótica na Universidade de Zürich (Suíça) desenvolveu uma ferramenta que começou a segmentar automaticamente os pergaminhos. Ela é baseada em machine learning, uma disciplina da área da IA que, por meio de algoritmos, dá aos computadores a capacidade de identificar padrões em dados massivos e fazer previsões. Eles dividirão o grande prêmio de US$ 700 mil (R$ 3,4 milhões).

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