Um político paquistanês, que foi declarado vencedor de um assento na assembleia provincial nas eleições da semana passada, anunciou que entregará o assento ao seu rival porque acredita que o resultado foi fraudado a seu favor.
Hafiz Naeemur Rehman, chefe do partido Jamaat-e-Islami (JI) na capital financeira de Karachi, conquistou a cadeira na assembleia provincial de Sindh com 26.296 votos, contra 20.608 do segundo colocado.
Mas Rehman diz acreditar que o verdadeiro vencedor foi o candidato do partido Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), do ex-primeiro-ministro Imran Khan, que ficou em quarto lugar com 11.357 votos.
"Como homem de consciência, declaro que o candidato do PTI venceu e não assumirei o cargo", disse Rehman em entrevista coletiva na segunda-feira. O PTI elogiou o anúncio nas redes sociais.
"Isso dará mais força a muitos outros que foram forçados pelo regime a aceitar falsos mandatos", afirmou o partido na rede social X.
As suspeitas de fraude eleitoral proliferaram no Paquistão depois de as autoridades terem desligado a rede telefônica móvel durante mais de 24 horas durante as eleições de 8 de fevereiro.
Candidatos independentes leais ao ex-primeiro-ministro Khan, preso, conquistaram o maior número de assentos nas eleições legislativas, impedindo que a Liga Muçulmana do Paquistão, apoiada pelos militares, obtivesse a maioria para formar um governo.
Também tiveram um desempenho melhor do que o esperado nas quatro assembleias provinciais do país.
Sem um vencedor claro na votação nacional, o Paquistão enfrentará semanas de incerteza política enquanto diferentes forças negociam a formação de um governo.