A China, país mais poluente do mundo, pode descumprir as principais metas climáticas para 2025 pelo aumento do uso de carvão para satisfazer a recente demanda energética, segundo um relatório publicado nesta quinta-feira.

A segunda maior economia do mundo comprometeu-se a atingir o seu nível máximo de emissões de dióxido de carbono até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060. 

Além disso, sob o Acordo de Paris, Pequim assumiu outros compromissos, como garantir que 20% da sua energia proceda de alternativas aos combustíveis sólidos e reduzir a intensidade do carbono de sua economia até 2025. 

Mas a recuperação do consumo de energia após a pandemia de covid-19 fez com que "desviasse seriamente de todos estes objetivos após 2023", alertou um relatório do Centro de Investigação em Energia e Ar Limpo, com sede na Finlândia. 

A China aumentou a utilização de carvão para satisfazer a crescente demanda por eletricidade no país, levando a um aumento de 5,2% nas emissões de carbono da indústria energética, indicou o relatório publicado no site Carbon Brief.

O problema foi agravado por uma série de secas que despencou a produção hidroelétrica aos níveis mais baixos em duas décadas. 

Consequentemente, Pequim deve atingir uma "queda recorde" de 4 a 6% das suas emissões para cumprir a meta de intensidade de carbono (o volume de emissões de carbono em proporção à produção econômica) até 2025. 

Ainda assim, a China ainda pode cumprir algumas metas se mantiver o ritmo recorde de infraestruturas de energias renováveis do ano passado, observou o relatório. 

A segunda maior economia do mundo enfrenta dificuldades para retomar o crescimento após levantar, no final de 2022, seus rígidos controles sanitários pela pandemia de covid-19. 

Em 2023, a China cresceu 5,2%, um dos seus piores desempenhos em décadas.

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