O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira (29) que suas palavras sobre a Ucrânia foram "ponderadas" e "medidas", dias após a polêmica sobre o envio de tropas ocidentais para o país em guerra com a Rússia.

"São assuntos suficientemente sérios. Cada palavra que eu pronuncio sobre este tema é ponderada, pensada e medida", declarou durante a inauguração da Vila Olímpica em Saint-Denis, ao norte de Paris.

O presidente francês fez um apelo na segunda-feira (26) para que os aliados da Ucrânia aumentassem seu apoio, a fim de garantir a "derrota" da Rússia e fornecer mais armas e munições a Kiev em maior quantidade e mais rapidamente.

No entanto, sua resposta a uma pergunta sobre o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia gerou polêmica. Embora tenha reconhecido que não havia consenso sobre o assunto, quebrou um tabu ao declarar: "Não se deve descartar nada".

Muitos dos aliados ocidentais da Ucrânia, como Estados Unidos, Alemanha, Itália, Polônia, Espanha e República Tcheca, rejeitaram rapidamente essa possibilidade.

O presidente russo, Vladimir Putin, alertou nesta quinta-feira às potências ocidentais sobre uma "ameaça real" de guerra nuclear em caso de escalada do conflito na Ucrânia.

"Eles devem considerar que também temos armas capazes de atingir alvos em seu território", acrescentou Putin.

Questionado sobre as declarações do presidente russo, Macron se recusou a comentar durante sua visita à Vila Olímpica, considerando que "não era o momento".

Embora o ministro das Relações Exteriores francês, Stéphane Séjourné, tenha esclarecido na segunda-feira que Macron se referia ao envio de tropas para tarefas não relacionadas ao combate, uma fonte diplomática francesa afirmou que "Putin também deve saber que existem riscos para ele também".

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