O Exército ucraniano assumiu, nesta terça-feira (5), a responsabilidade pela destruição de um navio-patrulha de guerra russo perto da península anexada da Crimeia, em um novo revés para Moscou nesta área estratégica do Mar Negro. 

A Marinha ucraniana garantiu que uma "unidade especial" "destruiu o mais moderno dos navios-patrulha russos, o Sergei Kotov", que foi atingido "por drones marítimos Magura V5".

O ataque ocorreu "em águas territoriais ucranianas, perto do Estreito de Kerch", acrescentou a força naval. 

Segundo esta fonte, o navio-patrulha russo já havia sido "gravemente danificado" em setembro, em um outro ataque ucraniano.

O porta-voz do serviço de inteligência militar ucraniano GUR, Andriy Yusov, explicou que a situação da tripulação do navio ainda está "sendo elucidada". 

"Há mortos e feridos. De qualquer forma, é provável que parte da tripulação tenha sido retirada", declarou. 

O serviço de inteligência divulgou nesta terça-feira um vídeo em preto e branco que supostamente mostra o momento do ataque noturno.

As imagens mostram um drone naval se aproximando do Sergei Kotov, de 94 metros de comprimento, e depois uma explosão que provoca um grande clarão e lança destroços no ar. 

O Ministério da Defesa russo não fez comentários oficiais sobre o ataque, mas blogueiros militares de países próximos às Forças Armadas confirmaram o ataque.

- "Símbolo de ocupação" -

Em dois anos de guerra, as forças de Kiev conseguiram provocar o recuo da poderosa frota russa no Mar Negro com mísseis e drones navais e reabrir um corredor marítimo para exportar as suas vastas reservas de cereais. 

De acordo com o Exército ucraniano, cerca de um terço dos navios militares russos na área estava "inoperável" em fevereiro. 

"A frota russa do Mar Negro é um símbolo de ocupação. Não pode ser encontrada na Crimeia ucraniana", disse o chefe do gabinete presidencial, Andriy Yermak, nesta terça-feira.

A Crimeia, uma península anexada por Moscou em 2014, é alvo regular dos ataques de Kiev por sua importância logística nas operações russas.

O serviço de inteligência militar também executou nesta terça-feira um ataque com drones contra um depósito de petróleo no distrito de Gubkin, na região fronteiriça de Belgorod, disse uma fonte militar ucraniana à AFP.

Nas últimas semanas foram registrados vários ataques neste estilo contra infraestruturas petrolíferas em território russo.

Em Kursk, região vizinha de Belgorod e também na fronteira com a Ucrânia, o governador local, Roman Starovoit, denunciou que um ataque ucraniano atingiu a estação de trem de Glushkovo.

O ataque "não causou feridos", disse Starovoit, mas causou um incêndio e danificou as linhas de energia que deixaram a própria estação e a cidade vizinha de Kulbaki sem luz. 

As forças aéreas ucranianas afirmaram nesta terça-feira que interceptaram 18 dos 22 drones lançados pela Rússia contra a região de Odessa, no sul, onde um ataque semelhante no sábado deixou 12 mortos. 

No front, as tropas ucranianas continuam sofrendo com a falta de armas e munições para repelir a ofensiva russa, especialmente a oeste da cidade oriental de Avdiivka, tomada em fevereiro por Moscou após quatro meses de batalha violenta.

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