O dirigente Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo, disse na terça-feira que "não tem dúvidas" de que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, será o candidato "por consenso" do partido governista nas eleições de 28 de julho.
"Eu tenho meu candidato", disse Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
"As bases dirão, estou certo por consenso, não tenham nenhuma dúvida de que isso vai ser por consenso, porque nosso povo está muito seguro do esforço titânico que nosso presidente Nicolás Maduro vem fazendo à frente da Presidência da república combatendo ataques, sanções, bloqueios", acrescentou.
Apelando à usual retórica anti-imperialista centrada em "ataques" dos Estados Unidos com "sanções criminosas" e supostos complôs, Cabello indicou que a formalização da candidatura de Maduro será anunciada em uma assembleia do partido em 15 de março.
"Nosso candidato está ameaçado", disse durante uma coletiva de imprensa na qual também fez referência às supostas tentativas de magnicídios denunciados pelas autoridades.
Maduro figura como candidato natural do chavismo, aumentando suas aparições em público nas últimas semanas, algo que não era habitual, assim como os anúncios de programas sociais de "nova geração".
Cabello indicou que "as bases" do PSUV se reunirão em todo o país esta semana para propor o candidato "em um ato de democracia", depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), de viés governista, anunciou o 28 de julho como data das eleições, por ocasião dos 70 anos de nascimento do presidente Hugo Chávez, já falecido.
A inscrição de candidatos ocorrerá entre 21 e 25 de março, um prazo que a oposição considera curto.
A oposição, por sua vez, busca definir um candidato ante a inelegibilidade de María Corina Machado, que venceu com ampla margem as primárias da principal coalizão de oposição, Plataforma Unitária, em outubro passado.
Machado insiste em que será candidata, o que está descartado no momento.
"Posso dizer que lhes restam 19 dias... tic, tac", provocou Cabello.
A habilitação de candidatos foi um dos pontos altos da negociação entre o governo e a oposição com mediação da Noruega.
A data de julho respeita o acordo de celebrar as eleições no segundo semestre de 2024, embora coloque em risco o cronograma das missões de observação internacional.
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