A Bayer está trabalhando no desenvolvimento de um substituto para o glifosato, disse o chefe do grupo químico alemão, Bill Anderson, sobre o polêmico herbicida, em uma entrevista à imprensa alemã.
"Estamos testando esta nova substância com plantas reais. É a primeira inovação revolucionária nesse campo em trinta anos. Nosso objetivo é comercializar este novo produto até 2028", revelou Anderson ao jornal dominical alemão Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung.
A Bayer enfrenta inúmeros processos nos Estados Unidos relacionados aos alegados efeitos cancerígenos do glifosato produzido pela Monsanto, grupo americano adquirido pela empresa alemã em 2018 por 60 bilhões de dólares (219 bilhões de reais naquele ano).
No final de janeiro, ainda havia 54.000 casos pendentes de um inventário de 167.000 pedidos registrados.
A Bayer foi recentemente condenada a pagar bilhões de dólares, embora vários processos de apelação estejam em andamento.
No Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung, Anderson reiterou o desejo de seu grupo de acelerar a resolução dos litígios relacionados ao herbicida.
"Vamos aprimorar nossa estratégia de defesa e ver o que podemos fazer fora dos tribunais para limitar os riscos legais", destacou.
Em novembro, a empresa anunciou perdas de 4,6 bilhões de euros (quase 25 bilhões de reais em valores de 2023) no terceiro trimestre, especialmente devido à depreciação de ativos na divisão de agroquímicos.
E no início do ano, o gigante químico confirmou uma "redução significativa de pessoal" na Alemanha antes do final de 2025, especialmente em cargos de gestão.
Além dos problemas derivados do glifosato, o ramo farmacêutico do grupo está enfrentando a escassez de produtos de referência devido ao vencimento progressivo das patentes de diversos medicamentos.
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